O Enem 2019, primeiro realizado pela gestão Jair Bolsonaro (PSL), terá um custo total estimado de R$ 537,6 milhões. O exame será realizado nos dias 3 e 10 de novembro em várias localidades do país.
O custo total por aluno está estimado em R$ 105,52, valor inferior ao gasto executado no ano anterior, de R$ 106,13, segundo informações divulgadas nesta quinta-feira (10) pela equipe do ministro da Educação, Abraham Weintraub.
No ano passado, entretanto, o MEC (Ministério da Educação) havia divulgado, também antes da realização do exame, que o custo por aluno seria de R$ 84,66.
De acordo com o presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), Alexandre Lopes, o cálculo anterior não levava em conta todos os custos envolvidos na aplicação. Órgão ligado ao MEC, o Inep é responsável por avaliações como o Enem.
Os valores deste ano ainda podem mudar, porque dependem do volume de participação dos inscritos e de possíveis reaplicações no caso de problemas localizados, como falta de energia. Já o valor de 2018 é o consolidado -no ano passado, o custo total foi de R$ 589,8 milhões.
A edição deste ano recebeu 5,1 milhão de inscritos. Desse total, 2,1 milhões pagaram taxa de inscrição, que gerou uma arrecadação de R$ 179 milhões.
O Enem é a porta de entrada para praticamente todas as universidades federais do país. É também usado para a seleção de parte das vagas em instituições estaduais, como a USP.
A realização do Enem 2019 esteve comprometida no início da gestão Bolsonaro. No início de abril, surgiu a informação de que a gráfica que imprimia a prova desde 2009 anunciou falência. O governo contratou a segunda colocada na última licitação.
O MEC ainda passou por disputas ideológicas internas, que valeram até a troca de ministro, com a saída de Ricardo Vélez Rodriguez e a chegada de Weintraub, em abril. O próprio Inep já está no terceiro presidente neste ano, e a diretoria de Avaliação da Educação Básica do Inep, responsável pelo Enem, ficou um período de quase cinco meses sem titular.
A prova envolve um grande desafio logístico, com aplicação prevista neste ano em 1.712 municípios. São quase 400 mil profissionais envolvidos em todo o processo. São impressas 10,3 milhões de provas.
Weintraub convocou nesta quinta uma entrevista coletiva em Brasília para anunciar que todas as provas foram impressas. Metade dos cadernos já começou a ser transportada. “A primeira dúvida maior que foi levantada lá atrás [sobre a gráfica], ela está totalmente dirimida”, disse Weintraub. “Está tudo impresso”.
O ministro fez críticas à imprensa por reportagens colocarem em dúvida a capacidade da gestão de realizar as obrigações para aplicação do exame. Ele ainda ressaltou que a finalização dessa etapa de impressão é uma informação que traz segurança para o inscrito.
As provas somam 4,2 toneladas de papéis, que têm sido transportadas em aviões, carretas e barcos para os municípios. A primeira remessa de carga saiu no dia 3 de outubro para lugares mais distantes.
FolhaPress
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