O médico Antônio Mangabeira, ex-candidato a prefeito de Itabuna e principal nome do bolsonarismo no sul da Bahia, é alvo de acusações de abuso sexual. As denúncias partiram de duas mulheres, Romilda Souza e Carlessandra Pereira, que afirmam ter sido abusadas pelo profissional de saúde no Centro Médico Hospitalar Oncológico (Oncosul), na mesma cidade.
Após ser atendida pelo médico, nesta terça (9), a agente comunitária de saúde Romilda Souza de Jesus, de 51 anos, foi à Polícia Civil e registrou ocorrência contra Mangabeira. A mulher afirma que, mesmo tonta, sentiu o médico tocar seu corpo de maneira diferente.
“Deu a impressão de que ele tinha me beijado”, disse a paciente em entrevista à TV Santa Cruz. “Sentei de frente para ele e vi o jaleco dele melado de batom”, acrescentou. Isso ocorreu na segunda consulta, conforme a paciente, que, como estava tonta, ficou em dúvida sobre a conduta do médico.
Ontem (9), no terceiro atendimento, Romilda chegou à conclusão de que havia algo errado. “Nesse ato desse exame, ele começou os abusos. Aí foi pegando nos meus seios, nas minhas partes íntimas, em todas as partes íntimas, e me beijou”, acusou.
SEGUNDA DENÚNCIA
A empresária Carlessandra Pereira diz que tomou coragem para falar à imprensa após ver o depoimento de Romilda. A comerciante declarou à OziTV que Antônio Mangabeira a abusou na mesma clínica, no ano passado. “Na primeira consulta, ele me assediou”. Na época, ela registrou ocorrência na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) e no Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA).
Candidato a prefeito de Itabuna pelo PDT em 2016 e 2020 e a deputado federal pelo PL em 2022, o médico Antônio Mangabeira ainda não se manifestou sobre as acusações.
REAÇÃO
O Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate às Endemias do Sul da Bahia divulgou nota de repúdio ao comportamento atribuído ao médico.
“O Sindiacs/ACE condena veementemente qualquer forma de violência, assédio ou abuso, especialmente quando praticado por profissionais que deveriam zelar pela saúde e bem-estar da comunidade. A atitude do referido médico é absolutamente inaceitável e fere os princípios éticos e morais que devem nortear a conduta de todos os profissionais da saúde”, diz o documento assinado pelo presidente da entidade, Roberto Lima.
O dirigente sindical afirma que o ato não pode ficar impune e diz esperar as medidas cabíveis das autoridades competentes. “Solidarizamo-nos com a colega Romilda e com todas as vítimas de violência e assédio, e reiteramos nosso empenho em combater essas práticas deploráveis”, conclui.
Pimenta
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