Elson Andrade: Vale a pena brigar com familiares e amigos pelo seu candidato?

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O urbanista ipiauense arquiteto Elson Andrade, com exclusividade para o IPIAÚ ONLINE, traz nesta edição, uma reflexão profunda acerca da hipótese, do seu candidato não ganhar – que diferença faria – no contexto da sua cidade? Confira! 

No dia a dia de uma cidade, inúmeros são os problemas e suas respectivas causas, os quais afetam a vida dos cidadãos; não só do presente, mas também do futuro de cada cidade, estado e por fim e ao cabo, do Brasil.

Como já se tornou célebre dizer: – Uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra. Quando e onde, só se misturam, com alguma intenção ou treita por detrás, em desconhecimento da causa raiz e efeito do problema.

Reprodução: Site Poder360

Se fizermos uma enquete nas ruas levantando os problemas que afetam o dia a dia da população, comparando-os com a mesma lista clássica de problemas de 20, 30 anos atrás, veremos que as listas são gigantes, e que se mantêm num histórico, praticamente inalterado há décadas – listas estas – muito manjadas por sinal. Vai eleição, vem eleição, e o real avanço em direção a um desfecho em solução, é praticamente irrelevante. Chega a ser irritante, vê-la sendo repetida, declamada pelos políticos e seus apaixonados asseclas, a cada dois anos, em época de eleição.

A ladainha é a mesma de sempre: Saúde, Educação, Segurança Pública, Corrupção, Menos Estado, Gestão, Eleição de Prioridades, Gasto Público, inchaço e uso abusivo da máquina, privilégios de classes, lobbys…

Fonte: Seplan.ba.gov.br/

E é justamente aí, que surge a inteligente e investigativa pergunta: – Qual tem sido então o Problema desses Problemas? Eles estão aí, para serem resolvidos, ou apenas para ocuparem a mente e percepção dos afetados, em força-tarefa de dissimulação do real problema?

Levando à risca a lição da saudosa professora lá do primário, veremos que na Teoria dos Conjuntos, podemos destacar, que os problemas são como os elementos dum conjunto e subconjuntos, quando e onde, sempre devemos organizar, nomear, agrupar, separar, hierarquiza, o conjunto-objeto de problemas, conforme a Conjunção e/ou a Disjunção: Pertence, Não pertence, Contém, Contido, União, Intersecção…

Segundo as Leis de Morgan:

 

1 – Notação e representação de conjuntos;

 

2 – Elementos de um conjunto e relação de pertinência;

 

3 – Igualdade de conjuntos;

 

4 – Relação de inclusão;

 

5 – Subconjuntos;

 

6 – Conjunto unitário;

 

7 – Conjunto vazio;

 

8 – Conjuntos das partes;

 

9 – Formas de representação dos conjuntos;

 

10 – Conjunto finito e infinito;

 

11 – Conjunto universo;

 

12 – Operações com conjuntos em União;

 

Produção Gráfico com base no RREO 4º bimestre PMI-BA

É muito comum, diante dum problema qualquer, o cidadão tomar a palavra e logo apontar o dedo-juíz para o poder público, pedindo a sua imperiosa intervenção, naquele assunto, a fim de supostamente “equacioná-lo” na força (contra os outros, claro).

Porém, relativamente, seja R$ 5,5 tri, R$ 62 bi ou R$ 200 mi… o que a grande maioria destes cidadãos esquecem, é que por fim e ao cabo, quem de fato sustenta financeira e moralmente o funcionamento do Estado (poder público), não é outro, senão o “conjunto” dos contribuinte de impostos, taxa e contribuições, sob a égide do poder exorbitante estatal, de viés e força: involuntária, forçosa, compulsória, mandatória, exigida, forçada, constrangida, coagida, imprescindível, indispensável, vital, inevitável, impreterível, primordial, inescusável, imperativa… Que num jogo de batatas quentes, num passa e repassa, quem por fim acaba suportando o peso, e morrendo com a batata quente na mão, são os mais fracos, em conjunto de forma generalizada- imperativa-consequente.

Quando é onde, mais Estado, quase sempre, consequentemente, acaba resultando em menos cidadãos. Mais Direito, e menos Justiça!

Dado que o Conceito tem em primeiro, compromisso com a Coerência Teórica que a originou, em detrimento da Prática, em desapego da Realidade Fática das milhares ou milhões, de combinações aleatórias do algoritmo armado, a cada caso concreto.

Um outro ponto, é que cada cidadão, se posiciona diante do problema, colocando-se numa posição-conjunto exógeno, alheio aquele problema em tela. Sempre apontando o dedo na cara dos demais membros da sociedade-conjunto, como sendo lá eles, os verdadeiros e únicos réus.

Na passagem bíblica [João 7:53 a 8:11] em que Jesus salva do apedrejamento coletivo, Maria Madalena (suposta mulher surpreendida em adultério), ocasionalmente, fazendo antes uma pergunta muito simples, a aqueles cidadãos investigadores-denunciantes-acusadores-juízes: – Quem não tiver pecado, que atire a primeira pedra… Não ficou um!

Reprodução: Site Poder360

Se fizéssemos um sufrágio para eleger uma única palavra, (a mais importante) característica–função na Teoria da Administração, provavelmente, a palavra vitoriosa do pleito, seria justamente a palavra Organização (no sentido de seleção, hierarquia e afetação-correlata). E dentro dela, nos respectivos – tempo e espaço – aglutinadas nos conjuntos de sub problemas e sub soluções, tais quais: Conjunção, Disjunção, Pertence, Não pertence, Contém, Contido, União, Intersecção… Poderíamos logo perceber, que em muitas discussões políticas, tendem a se findar inócuas e/ou, em vão, dado a sua hierarquia e pertencimento, sob a perspectiva da Teoria da Afetação, devidamente levantada, medida, contextualizada e diagnosticada

Reprodução: Site Poder360

Em geral, o que se nota de ponta a ponta no país, em superficiais e deslocados debates, político- partidário-eleitoral, preferencial, em diversas circunscrições e estonteantes problema-novelas do tipo distração-passatempo; são pessoas apaixonadas, teórico-ensimesmadas, ideologizadas, carregadas de ódio e visão simplória, míopes, sem a devida perspectiva do conjunto, e na exata medida das partes com o todo, discutindo a iminente ameaça de alastramento das pretas e enfileiradas formigas no canto da parede, enquanto há elefantes rosas, de brinco, pompas e paetês, voando livres no meio da sala, em meio aos cristais.

Reprodução adaptada: Site depositphotos.com.br

Esteja você em qualquer circunscrição real do problema, será mesmo que vale a pena, levar o debate e preferências unilaterais ao extremo, e, brigar em defesa desta ou daquela parte, sem a devida contextualização?

Por outro lado, se você desconhece os fundamentos do problema, não tirou as devidas medidas, ou, é parte beneficiada-interessada no problema… seja honesto(a), e deixe claro, previamente, seus reais motivos de tal posicionamento e preferência, independente e alheio ao justo veredicto. Declarando desde logo, que neste caso, sua briga de verdade, não é por ideias ou soluções; por este, ou aquele candidato(a)… mas sim, está brigando com unhas e dentes, pela sua sobrevivência, por uma vaga de emprego e renda, via poder público, da ideologia, sistema… e/ou, em decorrência dele. E assim, evitar brigas caras e desnecessárias, em se tratando de Amigos e Familiares.

Reprodução: O pensador

 

Nota:

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Da redação 

Elson Andrade  é arquiteto, urbanista, empresário desenvolvimentista, pós-graduado pelo Instituto de Economia da Unicamp.

 


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