
URGENTE: Novo roubo ao Banco Central do Brasil
Entenda como aconteceu, o que está por trás disso tudo e qual a possibilidade da reversão, a esse roubo que já é considerado o maior da história do sistema monetário brasileiro e poderá ser revertido graças a uma prática essencial centenária da contabilidade. Confira em artigo especial do urbanista ipiauense o arquiteto. Elson Andrade, exclusivo para o IPIAÚ ONLINE
Nesta terça-feira (01/07/25), houve um novo ataque multimilionário que abalou o sistema de segurança do Banco Central do Brasil: já apelidado do “roubo do século” só que desta vez, na esfera digital, a qual espera-se ser revertido via, a ainda existente prático do método das Partidas Dobradas (técnica inovadora inserida na essência da contabilidade desde 1494), prática na contabilidade financeira “moderna”.
Uma notícia que abalou o cenário financeiro brasileiro veio à tona: hackers teriam desviado mais de R$ 1 bilhão do Banco Central do Brasil, em um evento que está sendo considerado o maior roubo da história do sistema financeiro nacional e um dos maiores do planeta. As primeiras informações, veiculadas pelo site Jornal do Brasil, foram seguidas por detalhamentos de jornais como o Valor Econômico, que apontava para um desvio de pelo menos R$ 400 milhões.
O Ataque e o Alvo Inesperado:
O incidente, ocorrido na terça-feira, 1º de julho, não foi um assalto a um cofre físico, mas sim um roubo de dinheiro eletrônico. O ataque se deu através da CM Software, uma empresa que presta serviços ao setor financeiro e se conecta à infraestrutura do Pix. Segundo relatos, os criminosos usaram a “porta de entrada” da CM para acessar contas de reservas mantidas por cinco instituições financeiras junto ao Banco Central.
É crucial entender que as contas de reservas são contas correntes que apenas pouquíssimas instituições financeiras devidamente autorizadas possuem acesso junto ao sistema interno do Banco Central. Elas não são acessíveis para pessoas físicas ou empresas comuns. A movimentação dessas contas ocorre por meio do STR (Sistema de Transferência de Reservas), que é o sistema de liquidação interbancária. Quando uma transferência ocorre entre bancos (por exemplo, um cliente do Banco João envia dinheiro para um cliente do Banco José), a conta de reservas do Banco João é debitada e a do Banco José é creditada, garantindo que “a contabilidade ela fecha” (ou seja, para todo débito há um crédito equivalente – para todo destino, há uma origem e vice-versa – essencialmente as tais Partidas Dobradas dedo frei Luca Pacioli de lá de 1494).
Apesar da magnitude do roubo, o Banco Central e as instituições envolvidas garantiram que o sistema financeiro nacional não está sob risco, e nenhuma conta de pessoa física foi roubada ou drenada, pedindo para que os clientes fiquem tranquilos. A BMP, uma das instituições afetadas, afirmou ter colaterais suficientes para cobrir integralmente o valor impactado, sem prejuízo à sua operação ou a seus parceiros.
A Investigação em Andamento e o Desafio de Concretizar o Roubo
A Polícia Civil de São Paulo, o Banco Central e a Polícia Federal estão investigando o caso… A CM Software se declarou vítima direta da ação criminosa, que envolveu o uso indevido de credenciais de clientes para tentar acessar fraudulentamente seus sistemas, e está colaborando ativamente com as autoridades.
A grande questão agora é como os hackers conseguiram concretizar o roubo desse dinheiro eletrônico. Sacar um volume tão grande em espécie, na casa dos milhões ou bilhões, é “muito, muito, muito difícil” e praticamente impossível em um curto espaço de tempo. É praticamente como sacar em espécie uma montanha de uma só vez, parte expressiva da grana física existente no sistema monetário brasileiro, espalhado pelas 5.569 cidades brasileiras. A hipótese mais aventada, mas ainda não confirmada, é que os fundos teriam sido enviados via Pix para exchanges de criptomoedas, convertidos em Bitcoin e dólar Tether (USDT). No entanto, mesmo transferências de “pouquíssimos milhões já disparariam alerta nas exchanges”, resultando em bloqueios dessas contas digitais. Uma pequena fração do dinheiro desviado pode ter sido recuperada via Mecanismo Especial de Devolução (MED) do Pix, ou seja, via reversão das transações.
O setor financeiro, por sua vez, tem questionado a segurança do Banco Central, criticando a ausência de travas de volumetria extraordinária que permitissem o desvio de centenas de milhões sem que os alarmes de risco de fraude soassem. “Absurdo intolerável para fluxos dessa magnitude”, descreveu uma fonte especializada. Na praça já há quem diga que essa é uma pequena demonstração de hackers de países desenvolvidos, verdadeiros dominadores das desconhecidas subcamadas digitais da web, dizendo ao Brasil: “menino, se você não tem porte para a guerra digital… então não desça para o play”, se referindo ao governo Lula dar pitaco na guerra de gigantes como: Rússia, Israel, Ucrânia…

Reflexões sobre o Futuro Financeiro: Moedas Digitais de Bancos Centrais (CBDCs)
O incidente levantou um debate importante sobre a segurança de futuras Moedas Digitais de Banco Central (CBDC), como o Drex brasileiro. Críticos, como o analista Fernando Ulrich (que já deu entrevista ao Ipiaú Online junto com Elson Andrade), argumentam que se a população e as empresas estivessem conectadas diretamente ao Banco Central, o risco de segurança seria “enorme”, pois o sistema seria centralizado e, portanto, um alvo único. Este é um dos motivos pelos quais muitos se opõem à ideia da CBDC, propondo que um modelo de segurança descentralizado, aberto e transparente, com criptografia, tornaria ataques como estes, impossíveis.
A discussão sobre o fim do dinheiro físico também se intensifica. A atriz Julia Zanatta, por exemplo, alerta para o “plano em curso” do Drex, vendo-o como uma ferramenta para o governo ter mais poder e controle sobre as vidas dos cidadãos, monitorando todas as transações, enquanto os bancos se beneficiam das taxas sobre transações digitais. Ela apresentou um projeto de lei (PL 3341 de 2024) e uma PEC para proibir o fim do dinheiro físico, buscando preservar a liberdade individual
Luca Pacioli e o Método das Partidas Dobradas: A Base da Rastreabilidade Contábil-Financeira
Para compreender a fundação sobre a qual todo o sistema financeiro moderno se apoia, incluindo o que permite a detecção e, potencialmente, a reversão de falhas como a discutida acima, é essencial conhecer Luca Pacioli e o Método das Partidas Dobradas.
Em 1494, no auge do Renascimento Italiano, o frade franciscano Luca Pacioli publicou a “Suma de Aritmética, Geometria, Proporções e Proporcionalidade”. Com mais de 600 páginas, essa obra monumental, uma das primeiras sobre matemática publicada em vernáculo, buscava codificar todo o conhecimento matemático da época e disseminá-lo para um público diversificado, incluindo comerciantes, artistas e arquitetos.
No coração dessa obra estava a codificação do sistema de partidas dobradas (double-entry bookkeeping system). Este método se tornaria a espinha dorsal da economia global moderna, e sua influência ressoa até hoje, fornecendo os fundamentos para o mundo que conhecemos. Pacioli, que se tornou famoso por seu livro, foi convidado a ensinar matemática na corte de Milão em 1496, onde colaborou por anos com Leonardo da Vinci, impactando a perspectiva de ambos sobre ciência e arte.
Em termos didáticos, o método das partidas dobradas funciona da seguinte maneira:
Princípio Básico: Para cada transação financeira, há sempre dois registros de valor igual, mas em contas opostas. Isso significa que, para cada “débito” (saída de valor), deve haver um “crédito” (entrada de valor) correspondente em outra conta.
Equilíbrio Contábil: A lógica é que o ativo de uma empresa sempre deve ser igual à soma de seu passivo (dívidas) e patrimônio líquido. Ao registrar cada transação em, no mínimo, duas contas, o sistema garante que o total de débitos sempre seja igual ao total de créditos, mantendo o equilíbrio contábil.
Detecção de Erros e Fraudes no Contexto do Roubo Digital: É exatamente por esse princípio que, normalmente, “a contabilidade ela fecha”. No caso do roubo digital ao Banco Central, o dinheiro desviado é eletrônico e estava nas contas de reservas, que são contas de liquidação interbancária dentro do sistema do Banco Central. Essas contas são acessíveis apenas por instituições financeiras devidamente autorizadas, não por pessoas físicas ou empresas comuns. Quando ocorre uma transferência legítima entre bancos (por exemplo, cliente do Banco A manda para cliente do Banco B), a conta de reservas do Banco A é debitada e a do Banco B é creditada, e, ao mesmo tempo, as contas correntes dos clientes são afetadas, mantendo o equilíbrio contábil em todas as pontas.
O “Rombo” e a Possibilidade de Reversão/Rastreamento: Se nesse ataque de hackers “saíram 400 milhões, ou seja, centenas de milhões” da conta de reservas de alguns bancos, mas não houve um débito correspondente em uma conta corrente de cliente (ou seja, o cliente não autorizou a saída), e o dinheiro não foi creditado legitimamente na conta de reservas de outro banco dentro do sistema de liquidação, isso cria um “rombo”. Em outras palavras, “a contabilidade não vai fechar”. O dinheiro saiu de um lado, mas não entrou devidamente em outro dentro do sistema contábil, deixando uma discrepância clara. Essa discrepância é o sinal de que algo está errado ou não autorizado, tornando a movimentação passível de ser identificada, rastreada e, potencialmente, revertida dentro do sistema financeiro, ao contrário do roubo de dinheiro físico, que uma vez subtraído, é extremamente difícil de rastrear. Embora os hackers queiram “concretizar o roubo” sacando ou convertendo os fundos para criptomoedas, a própria natureza escritural do dinheiro e a base contábil de partidas dobradas inerente ao sistema financeiro deixam um rastro que pode ser investigado pela Polícia Civil de São Paulo, Banco Central e Polícia Federal. De fato, “uma pequena fração do dinheiro desviado teria sido recuperada pelas instituições afetadas via o Médio mecanismo especial de devolução do Pix”, o que já demonstra a capacidade de reversão em parte.
Este caso, considerado o maior roubo da história do Sistema Financeiro Nacional, destaca uma “grave falha de segurança da autoridade monetária do país”, com uma fonte do setor questionando: “todos os bancos são obrigados a ter travas de volumetria e o BC em si não tem como conseguem desviar pelo menos 400 milhões e o sistema do BC não detecta risco de fraude”. No entanto, a investigação está em andamento, e a Polícia Civil de São Paulo, o Banco Central e a Polícia Federal estão colaborando para desvendar os detalhes e rastrear os fundos.
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Da redação: Elson Andrade – que é arquiteto, urbanista, empresário desenvolvimentista, pós-graduado pelo Instituto de Economia da Unicamp.
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