Elson Andrade aponta saldo comercial negativo recorde na Bahia

 

Bahia acumula saldo comercial negativo recorde em 2025 entre as 27 unidades da federação

Foto-CAR

O urbanista ipiauense arquiteto Elson Andrade, nos traz nessa edição um importante alerta sobre o recorde negativo no saldo comercial 2025, da Bahia, entre as 27 unidades da federação. Com saldo acumulado de 2017 a 2025 que já ultrapassa os R$ 523 bilhões. Confira!

 

Mapa da Balança Comercial Interestadual do Brasil (Déficit em vermelho)

Fonte: Confaz

No saldo da balança comercial entre os estados brasileiros, a Bahia aparece em 2025 com o maior déficit no acumulado do ano de 2025. Isso significa que a Bahia se tornou um estado rebocado economicamente, pelo ponto de vista da produção local e a consequente dependência financeira.

No acumulado de 2017 até 2025, o saldo negativo bateu o recorde de R$  523.266.936.542,67 (quinhentos e vinte e três bilhões duzentos e sessenta e seis milhões novecentos e trinta e seis mil quinhentos e quarenta e dois reais e sessenta e sete centavos negativo).

Mas você sabe o que é esse tal Saldo na Balança Comercial e no que isso implica?

Balança Comercial Interestadual do Brasil é um indicador econômico que registra e analisa o fluxo de compra e venda de bens e serviços entre os estados e o Distrito Federal, em operações dentro do próprio território nacional. Diferente da balança comercial internacional, que foca nas transações com outros países, a balança comercial interestadual avalia a dinâmica econômica interna praticada no país.

Fonte: Confaz

Entenda os Conceitos:

A Balança Comercial Interestadual é calculada pela diferença entre as exportações interestaduais (vendas de um estado para outros estados) e as importações interestaduais (compras de um estado de outros estados).

Exportações Interestaduais: Representam o valor total dos bens e serviços que um determinado estado vende para outras unidades federativas, em reais (R$).

Importações Interestaduais: Representam o valor total dos bens e serviços que um determinado estado compra de outras unidades federativas, em reais (R$).

Assim como na balança comercial externa, o resultado da balança comercial interestadual pode ser:

Superávit Interestadual (ou Saldo Positivo): Ocorre quando o valor das exportações interestaduais de um estado é maior do que o valor de suas importações interestaduais. Isso indica que o estado vende mais para os outros estados do que compra deles, gerando um “excedente” comercial interno.

Déficit Interestadual (ou Saldo Negativo): Acontece quando o valor das importações interestaduais de um estado é maior do que o valor de suas exportações interestaduais. Isso significa que o estado compra mais dos outros estados do que vende, indicando uma “dependência” de produtos e serviços de outras regiões do país.

Equilíbrio Interestadual: Situação em que o valor das exportações e importações interestaduais de um estado são aproximadamente iguais.

Entenda a Importância do Saldos:

A análise da Balança Comercial Interestadual é fundamental para compreender a dinâmica econômica regional e a interdependência entre os estados brasileiros. Ela permite:

Identificar especializações regionais: Mostra quais estados são grandes produtores e exportadores de determinados bens e serviços para outras regiões, e quais são os grandes consumidores/importadores.

Analisar a complementaridade entre as regiões: Ajuda a entender como as diferentes economias estaduais se complementam, com um estado fornecendo o que outro não produz ou produz em menor quantidade.

Avaliar a distribuição da riqueza: Um superávit interestadual pode indicar uma maior capacidade produtiva e de geração de riqueza em um estado, enquanto um déficit pode apontar para uma dependência de outras regiões.

Subsidiar políticas públicas: Governos estaduais e federal podem usar esses dados para formular políticas de desenvolvimento regional, incentivar a produção local, melhorar a infraestrutura de transporte e logística, e promover a integração econômica do país.

Compreender fluxos de bens e serviços: Ajuda a mapear as cadeias produtivas internas, identificando as origens e destinos das mercadorias e serviços dentro do Brasil.

Em resumo, a Balança Comercial Interestadual do Brasil é um instrumento vital para entender as relações comerciais internas do país, em valores monetários, a saúde econômica de suas unidades federativas e as áreas que necessitam de maior atenção para o desenvolvimento equilibrado.

Diante do alarmante quadro socioeconômico, alguém vai acabar perguntando: “mas a Bahia não é um dos maiores produtores do Agronegócio, de petróleo e de minérios; setores tão vangloriados por tanta gente sabida”?

A resposta é sim. Porém, é bom lembrar que exportação não paga imposto, e esses setores, são os que mais utilizam a caríssima infraestrutura logística do estado, sem pagar por ela, além de ser concomitantemente, os que menos geram postos de trabalho, proporcional ao faturamento do setor. Para agravar o problema, os bilhões de reais gerados anualmente pela indústria mineral exportadora, não paga necessariamente pelo produto mineral extraído do solo… pagam apenas royalties de cerca de 2% dos valores e volumes declarado por elas próprias (com fiscalização local precária). Como todos sabem, pagar royalties para utilizar uma música de outrem, não a torno dona dela.

Consequentemente, o quadro geral de dependência financeira tem contribuído para um empobrecimento do estado. Para se ter uma ideia, somente a cidade de São Paulo, uma entre 5.559 no Brasil, tem um orçamento público anual, cerca de duas vezes o montante do estado da Bahia, inteiro, que tem 417 “pobres” municípios, para prestar serviços essenciais como educação, saúde e fundamentalmente Segurança Pública, esta última, cada vez mais relevante, dado que correlações entre estes índices, de pobreza e aumento de violência, costumam andar de mãos dadas.

Fonte: Secom GF

Fazer um rápido comparativo, a região cacaueira, do sul da Bahia, com toda a desgraça econômica causada pela Vassoura de Bruxa, registra mais postos de trabalho agrícola, que o somatório Agro do Oeste Baiano, nas imediações de Barreiras-BA.

Como se diz na Bahia: desgraça pouca é bobagem! Nos festejo juninos da Bahia em 2025, o somatório parcial da informações prestadas ao Painel do Ministério Público, pelo estado e seus municípios (ainda incompletas), o montante aponta que em todo o estado, somente com cachês de artista “celebridades nacionais” indicam que o somatório passará de ½ bilhão de reais, sem contabilizar os demais gasto com palco, iluminação, sonorização, transportes, traslados, hospedagens, segurança…

O mais engraçado, é ver os números isolados na demonstração da suposta vantagem econômica, multimilionária, apresentadas em justificativas furadas, por cada uma das prefeituras, as quais, suscitam que os baianos terão salário sextuplicados no mês de junho, ou até mesmo que a população de país vai invadir a Bahia inundando-a de gastos exorbitantes, algumas vezes maiores que o somatório dos cachês desses forasteiros “artistas-parceiros” caça níquel.

 

Implicações da Reforma Tributária que já começa a rodar em 2026.

A principal implicação da nova reforma tributária para o reequilíbrio econômico-financeiro, dos estados e municípios do Nordeste, com a cobrança dos impostos no destino (local de consumo), ainda é uma incógnita diante do impacto das vindouras mudanças significativas no equilíbrio de arrecadação. Atualmente, muitos estados da região se beneficiam de incentivos fiscais para atrair indústrias, cobrando impostos na origem (local de produção). Com a nova regra, que visa acabar com a guerra fiscal e simplificar o sistema, o imposto será pago onde o produto ou serviço é de fato consumido.

Isso pode gerar desafios socioeconômicos iniciais severos para o Nordeste, pois a região, embora tenha um grande potencial de consumo, historicamente possui um parque industrial considerado atrasado, tíbio – menos desenvolvido em tamanho, domínio tecnológico e capacidade e fôlego financeiro – em comparação com o Sudeste. A perda dos incentivos fiscais pode dificultar a atração de novas empresas e até mesmo levar à migração de algumas já existentes. No entanto, a longo prazo, espera-se que a arrecadação no destino seja mais equitativa, beneficiando estados e municípios com maior densidade populacional e poder de consumo, o que pode impulsionar o desenvolvimento local ao manter a receita onde a riqueza é gerada. Para mitigar impactos negativos e aproveitar as oportunidades, será crucial que os governos locais invistam em políticas de desenvolvimento regional, capacitação e diversificação econômica.

Porém, o que poucos gestores públicos e economistas locais, estão medindo, é que se não haverá mais vantagem tributária para estar localizado na Bahia (em especial depois do vexame de repercussão mundial, que passou a BYD na Bahia, quem vai querer ainda produzir fora do sul-sudeste, que tem infraestrutura e povo com ambição e preparo para a produção de riqueza? E não se gerando riqueza local, quem vai passar a financiar o consumo deficitário do norte-nordeste?

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Da redação: Elson Andrade – que é arquiteto, urbanista, empresário desenvolvimentista, pós-graduado pelo Instituto de Economia da Unicamp


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