Como os macacos aprendem a furtar?
Segundo uma pesquisa de cunho antropológico, publicado pela Revista Veja, a habilidade desta espécie, pode ser entendida como questão de ‘tradição’ incorporada, que a prática e o tempo, tornou comum, “instintivamente”. Segundo a pesquisa, prática comum não apenas a estes, mas também, a outros animais e culturas.
Buscar compreender este fenômeno “natural” em determinadas culturas, pode nos ajudar a decifrar as origens do comportamento desses ancestrais humanos, e por fim, e ao cabo, quem sabe; melhor compreendermos este comportamento, que persiste entre várias classes, partidos, cargos e funções públicas da espécie humana.
Se tem um comportamento que os seres humanos herdaram dos macacos, sem dúvida foi o cinismo!
Outra característica, é se apropriar do alheio de forma que pareça, até para si mesmo, que o produto do furto sempre foi seu, e portanto, naturalmente lhe pertença! Como se ninguém tivesse percebendo e/ou estranhando tal prática… É pois, como se tudo fosse natural e/ou “sagrado”.
Ao assumir o poder, é natural que macacos-humanos, em deleite do ego do comandante da vez, se debruce e sorrateiramente se aproprie, e, tome posse do que em verdade é de todos; mas que agora lhe pareça tão somente seu.
Segundo a maior enciclopédia livre do mundo, Wikipédia, a corrupção no Brasil afeta diretamente o bem-estar social dos cidadãos ao subtrair os investimentos públicos na saúde, na educação, em infraestrutura, segurança, habitação, entre outros direitos essenciais à vida, e fere a Constituição e a moral ao ampliar a exclusão social e a desigualdade econômica.
Geralmente, a corrupção ocorre por meio do desvio de recursos dos orçamentos públicos da União, dos Estados e dos Municípios, do condomínio, da associação, da UNG, do Bingo Comunitário, da igreja pentecostal, do sindicato… destinados à saúde, à educação, à previdência e à programas sociais e de infraestrutura, do objetivo inicial, que são desviados para financiar campanhas eleitorais, corromper funcionários públicos, ou mesmo para contas bancárias pessoais e aumento do patrimônio alheio.
Diante da roubalheira generalizada, se o sujeito ocupar uma cargo público, e não roubar, é considerado trouxa pelos seus pares. Ainda vão argumentar em devesa da prática: – “De onde ele vai arrumar recurso para se defender das acusações infames e muitas vezes infundadas do MP? Só o custo com os advogados especializados, já é um roubo em si… Mais caro do que o somatório dos salários que receber no exercicio do cargo!”
Todas as formas de corrupção existentes no mundo, já foram registradas no Brasil:
Clientelismo;
Fisiologismo;
Nepotismo;
Propina;
Suborno;
Desvio de finalidade;
Venda de sentença;
Apropriação indevida dos “honorários” da sucumbência;
Industria da multa;
Industria da isenção fiscal, de compadrio;
Obrigar o trabalhador a participar de piramide, como é o caso do INSS;
Sequestrar a poupança do trabalhador, como é o caso do FGTS;
Remunerar a 1,4% na Caderneta de Poupança, quando o IGPM já atinge 14% a.a.;
Obrigatoriedade de percentual de gasto público, em área específica, mesmo sem demanda real daquele setor;
Não investir em áreas vitais do serviço público, como o saneamento, o planejamento;
Fazer de conta que não sabe da existência, na cidade, de loteamentos clandestinos;
Fazer farra em Saquaira, Maracás e Salvador, com a grana, D20 e combustível público;
(…)
Muitos críticos afirmam que o Supremo Tribunal Federal não faz o suficiente para combater a corrupção no Brasil. Outros, conforme virou febre nas redes sociais ultimamanete, que até ele próprio, faça parte do esquema.
Propina e suborno também são comuns nas polícias, inclusive a Federal, Judiciário, Legislativo, advocacia, cartórios… e em toda a burocracia brasileira.
Outra forma de corrupção comum no Brasil é o desvio de fundos públicos por meio de superfaturamento, notas frias, uso dos recursos financeiros por bancos que pagam merreca pelo uso e fruto da montanha de dinheiro “parados”…
Essas e tantas outras técnicas, permitem que o indivíduo se enriqueça e também financie campanhas políticas, e, estão intimamente ligadas aos contratos públicos com empresas privadas. Aquela bola vinda da empresa de segurança que presta serviço para o condomínio…
Estima-se que 30% de todos os recursos públicos brasileiros sejam desviados desta forma a cada ano. Geralmente, a corrupção ocorre por meio do desvio de recursos dos orçamentos públicos da União, dos Estados e dos Municípios destinados à saúde, à educação (inclusive institucionalmente pelos próprios mestres), à previdência e à programas sociais e de infraestrutura para o financiamento de campanhas eleitorais, eleição do síndico, propinas a funcionários públicos, doação de lotes para aprovação daquele loteamento sem infarestrutura obrigatória, ou mesmo para contas bancárias pessoais.
Estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de 2009 estimam que a economia brasileira perde com a corrupção, todos os anos, 4% do Produto Interno Bruto (PIB). Tudo confirmado por um estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp – a qual também esteve envolvida com denúncias de corrupção) apontou que o custo anual da corrupção é estimada em até 2,3% do PIB. Em 2013, um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI, a qual teve dirigentes seus, presos por desviar recursos do Sesi-PE) mostrou que cada um R$ 1 desviado pela corrupção representa um dano para a economia e para a sociedade de R$ 3.
A Polícia Federal, que esta semana vez busca e apreensão em apartamento de delegados, da própria PF, considera a Operação Lava Jato a maior investigação de corrupção da história do país, e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (o qual é acusado pela imprensa internacional de corromper governos de paises pobres, para impor seus interesses) considera o esquema de corrupção do Grupo Odebrecht como o maior pagamento de propina da história mundial.
É fato que a Lava Jato revelou um quadro de corrupção sistêmica no Brasil, mostrando que a corrupção passou a fazer parte do próprio sistema político institucional (inclusive os próprios lideres desta operação, tentou se apropriar de mais de R$ 2 bilhões, vindos de acordos de leniência). Em 2015, uma pesquisa de opinião realizada pelo instituto Datafolha, indicou que a corrupção é o maior problema no Brasil. Em junho de 2017, a Diretoria de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal totalizou que, a partir de 2013, as perdas com diversos desvios atingiram perto de R$ 123 bilhões. O chamado ‘’jeitinho brasileiro’’, caracterizado por pequenos atos, como por exemplo, sonegar impostos, furtar sinal de TV a cabo, furar a fila, simular ou dissimular negócios, etc., são considerados também uma forma de corrupção existente no Brasil. Sem contar com o recebimento do Auxílio Emergencial sem necessidade real, aposentadorias rurais por quem nunca trabalhou no campo…
Para aqueles racionais, extremistas apaixonados, que acreditam que a corrupção é própria e ciscuscrita a uma classe social, etnia, ideologia, ou partido político… Os estudo antropológicos apontam que não procede tal viés cognitivo, ideológico, partidário, classista e racista.
As perguntas que ficam, são:
Por onde começarmos, para que, de forma eficaz e efetiva, consigamos estirpar este mal da nossa sociedade/espécie?
Você se considera um corrupto? Se não, por que a exclusão? Se sim, em que grau?
E seu vizinho, você o considera um corrupto?
Seu candidato(a) destas eleições, pode estar sendo um corrupto(a) disfarçado(a)?
Que corrupção pode estar sendo praticada agora no seu município, bairro, condomínio… partido?
Há solução para este problema crônico? Qual?
Só os políticos e lideres comunitários são corruptos?
A quem serve a falsa cultura de que somos todos corruptos?
Por fim me responda, se o cargo de prefeito de Ipiaú (por exemplo) remunera 48 parcelas mensais de R$ 16.000,00, (perfazendo um total de R$ 768 mil) e o de vereador 48×7.500,00=R$ 360.000,00, por que alguém em sã conciência gastaria milhões de Reais numa camapanha eleitoral para estes cargos?
E você… É, você mesmo, vai se furtar ao pleito e deixar-se corromper pela falacia de que não tem mais jeito?
Para os mais astutos, sugiro assistirem aos vídeos abaixo, como reflexão complementar a leitura.
Signatário Elson Andrade – arquiteto, urbanista, empresário e pós graduado do Instituto de Economia da Unicamp.
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