Elba Ramalho botou o dedo na ferida mais vez e comentou sobre o que considera uma descaracterização das festas juninas. Após seu show na abertura do São João de Pessoa, na Paraíba, a cantora foi questionada em coletiva de imprensa sobre as programações na maior parte das cidades nordestinas e, medindo as palavras para não polemizar mais uma vez, declarou:
“Eu prefiro não julgar, porque no céu uma estrela não atropela a outra, só que enquanto o Sul está totalmente seduzido por nossa música… você precisa ir para São Paulo assistir as bandas de forró, os trios nordestinos que moram e ganham muito dinheiro lá, você vê aquela galera jovem dançando forró, e você fala ‘e lá no Nordeste isso acabou!!!’.
Elba continuou, citando o DJ Alok, que foi atração no São João de Campina Grande. “E aqui a gente tocando Alok, que eu amo, mas eu acho que cada coisa na sua coisa, cada macaco no seu galho, cada dia no seu dia. Assume logo que não é São João, é um festival…”, disse. E finalizou: “Mas, deixa o povo, né, porque eu fui falar uma vez e foi polêmico demais (risos)”.
A vez citada foi em 2017, quando a artista, que é um dos grande nomes da música brasileira e dos ritmos nordestinos, fez crítica semelhante à “invasão” de sertanejos no São João de Campina Grande. Na ocasião, Marília Mendonça (1995-2021), uma das atrações da festa, provocou Elba, sem citar-lhe o nome: “Vai ter sertanejo no São João sim, viu? Porque quem quer é o público. Então, muito obrigada por me abraçarem. Sei que vocês gostam mesmo é de música boa. Não importa o estilo”, disse.
Este ano, Elba Ramalho voltou a enfatizar o que pensa da situação: “Eu não tenho nada contra nenhum artista, nada contra nenhum sertanejo. Tem espaço para tudo, no céu cabem todos os artistas, ninguém atropela ninguém. Porém, eu não toco na Festa de Barretos, Dominguinhos também não cantava. A festa é deles, é dos sertanejos, e eles têm bem esta coisa: essa área é nossa”.
Metro1
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