Economia Política: A força do dinheiro está na expressão potencial da violência

O ser humano não pensa, compara! E a riqueza, é uma percepção subjetiva, comparativa, e não absoluta ou lógica e racional!

Logo, o conceito e satisfação da riqueza, é fundamentalmente, advinda da cognição comparativa, intuitiva do sujeito. Como ele “sabe” quanto é rico? Comparando-se com o seu vizinho ou cunhado (por exemplo).

Como diária o Willian Bonner no JN (com a estampada risada ironicamente da Mona Lisa) em tempos de Coronavírus, – “Calma”! Vamos à um exemplo prático, numa viagem no tempo para lhe explicar melhor tudo isso.

Imagine que há centenas de anos atrás, viviam na nossa região, tribos selvagens primitivas, e que elas sobreviviam “naturalmente” em violentas batalhas, em disputa, uma à tomar a riqueza da outra (sequestro da produção alheia). Lembrando que o cérebro humano intuitivamente busca sempre o menor esforço e garantia do melhor resultado, individual. Dado ao instinto de sobrevivência.

Admitamos, que o propósito e sentido daquela vida-época era: – Uma tribo, para se dar bem deveria tomar a riqueza da(s) outra(s). Assim, a vencedora se sentiria a mais rica, segura e poderosa da região. Uma espécie de zona de conforto na conquista da prevalência, no topo da “cadeia alimentar”.

Agora imagine que a tribo de Jequié era a mais forte de toda a região. É obvio, que seria portanto, consequentemente, (naquele modelo) a tribo mais rica de toda a região. Tudo baseado no uso da força e da violência característica da época-modelo.

No entanto, DEPOIS DA INVENÇÃO DO DINHEIRO, Jequié não precisou mais se valer das batalhas corporais com uso de armas para saquear nossas produção-riqueza. Seja para tomar a nossa produção de mandioca, cacau ou para levar consigo as nossas mais belas jovens formosas.

Na Era do Dinheiro, sendo Jequié a tribo mais forte, bastava Jequié imprimir dinheiro e vir trocar (tomar) as nossas riquezas… Apenas duma forma, agora digamos… Mais elegante (alguns diriam – civilizada). Mas ainda assim, (num olhar antropológico-efetivo) não se pode negar a violência implícita, com fito na opulência própria, de Jequié; mascarada na elegância do noviço modelo monetário imposto.

A pergunta é: – E por que raios, deveríamos pacificamente entregar as nossas riquezas e moças para Jequié, sem protesto?

A resposta é: – Porque, sendo eles os mais fortes da região (potencialmente violentos), a moeda deles seria “bem aceita” em Ubatã, por exemplo. Logo, era só uma questão de REPRODUZIR O MODELO, e tomar (trocar) a riqueza e moças dos ubatenses, no usufruto dum sistema de passa-repassa, ou melhor, com base na Teoria da Fila, (sustentamos o modelo hoje, na esperança de amanhã, chegar a nossa vez). Esse sim, é um pais (região) do futuro! Ou não?

Muito bem, colocado o pano de fundo com exemplos próximos e familiares, passemos agora ao fundamento do artigo.

Quanto aos verdadeiros motivos e lógica, por trás da 1ª. e 2ª. guerras mundiais, jogue fora todas aquelas explicações estatais, oficiais, superficiais e fajutas, (adestradoras sistemáticas) que a sua professora lhe contou lá no primário.

Naquela época e ainda hoje, o que de fato estava acontecendo na Europa e consequentemente nos EUA, é que todos, (cada país) queria ser o Jequié do pedaço. Ou seja, EMITIR MOEDA SEM TER QUE TRABALHAR, produzir, e portanto, arrancar a riqueza e moças, um dos outros. Relativamente favorável à parte, em detrimento do todo.

Percebeu a violência escondida por trás da Moeda de um país?

Se me permitam o parêntese e imagens abaixo, isto também é válido para as disputas entre as classes sociais! (O dinheiro é a mais cínica expressão da violência, justificado pelo direito, orquestrada e dissimulada pela política “maior”). Cabresto, com uso da força real e iminente da polícia, ostensiva de plantão.

Ao tratarmos de Política Mundial Maior, esqueça, jogue fora a comparação de forças objetivas daquele seu deputado, vereador, da sua cidade… Sabe de nada “inocente”. E sabendo ou não, estes, nada podem neste sentido, nível e circunscrição. Quem entender, entendeu. Quem não entendeu ainda a alma humana, só nascendo de novo, como diria o grande mestre! Mestre, que se voltasse ao mundo hoje, certamente seria novamente crucificado e tachado de comunista.

Aqui e agora, não se trata da política “menor” local. Da criação de dificuldades para venda de facilidades, com ganhos por dentro e por fora, que comumente acontece diuturnamente nos legislativos locais. Há quem inclua o judiciário. Não! Estamos tratando da ponta da pirâmide, do olho que tudo ver, (cada vez mais digital) da dissimulada e “invisível” arquitetura financeira imposta ao mundo. Mais presente e determinista na sua vida, do que um simples cidadão comum, possa imaginar.

Sem dúvida, as duas guerras foram tratadas nos bastidores entre os “players” fortes da época. Que não se chegando a um “acordo”, ou seja, deixar claro quem seria a época, o mais violento-poderoso. Daí, tudo acabou culminando num ringue de dois rounds (as duas guerras).

Até que um “acordo”, assinado em 1944 numa cidadezinha dos Estados Unidos, homônima de Bretton Woods, nome dado ao “acordo”, onde as nações aliadas (grupo de países que lutou contra o Eixo) acertaram as bases que regeriam a política econômica global após a Segunda Guerra Mundial, tendo o DÓLAR COMO A MOEDA DE CONVERSÃO PADRÃO TRANSNACIONAL COERCITIVA. Daí em diante, os EUA da América passou a ser comparativamente ao nosso exemplo, o “Jequié-tribo-primitiva” da vez, no mundo.

Privilégio imposto e perfeitamente aceito até então, prerrogativas ao único xerife mundial, os EUA. A Venezuela, diferentemente do Brasil, que passou a não mais ceder seu petróleo para ser processado e agregado valor nos EUA, foi excluída da mesa comercial, no jogo mundial. Clivagem percebida em distinção, que quanto mais a Venezuela imprime dinheiro em quantidade, mais valor unitário perde, chegando ao absurdo da hiperinflação de mais de um milhão por cento ao ano.

Em verdade, esta é a mais importante regra (disputa) imposta na era do atual capitalismo “mundial”. Para se fazer negócio no mundo, obrigatoriamente, “tudo” tem que ser convertido em dólar americano, ou o país herege será taxada de terrorista, comunista, ditador… (como gostam de intitular adesivamente os dicotômicos simplistas e/ou beneficiários do sistema). Os demais adesistas não beneficiários; não passam de cegos “tolos” apaixonados, papagaios do sistema. (Seja comprado, alugado ou tolo adesista mesmo).

A encomenda da CIA-EUA, para que houvesse na década de 60 a implantação de Bancos Centrais, via regimes autoritários militares intervencionistas pontuais, em toda a América Latina… Sem dúvida, foi um caso de expansão, sedimentação e estratificação operacional do noviço sistema imposto. Contabilidades estatais, locais, para apropriação e incorporação da riqueza, camada à camada (país a país) até o valor chegar e ser incorporado, no topo da pirâmide.

Se fizéssemos as contas da quantidade de riqueza americana versus a chinesa, numa suposta moeda internacional, isenta de verdade, a China sem dúvida, dado a quantidade de bens e serviços daquele emergente país, já seria a nação independente mais rica do mundo atual. E esta é sim, a maior disputa político-econômica da nossa Era. O resto é dissimulação novelística, ideológica-infundada, comercial midiática de cada dia, para distração dos tolos-sabichões de plantão. Como vem dizendo a quase um século, calçado em sua sabedoria sertaneja, meu pai: – É que neste mundo tem besta para tudo! Seguindo a clareza e ensinamentos do mestre Nelito, acrescento, no caso brasileiro; tratar-se da maior indústria que já fomos capazes de produzir “naturalmente”: – Adesistas ideológicos infundados, tolos-sabichões de plantão. E agora na era digital então?

Só os americanos querem ter o poder-direito de imprimir dinheiro (sem inflação) sem ter que trabalhar, poder comprar o que bem quiserem no mundo (se apropriarem “legalmente” da riqueza alheia), movimentar capitais livremente pelo mundo, sem contestação. Se alguém não quiser, diriam veladamente os xerifes do mundo: – Eu tenho aqui no meu quintal e em diversas partes do mundo inclusive, (no Brasil inclusive) o maior arsenal bélico mundial e uma fábrica de mentiras midiáticas, ideológicas, prontas, mapeadas digitalmente, georreferênciadas, para acionar pontualmente, contra os hereges… Como indagaria o “rico” e filho duma pensionista mexicana, (D. Florinda) o Kiko, ao Chaves: – “Vai encarar?”. E ainda ameaçaria: – “Te arremesso essa bola quadrada na tua cara”. Tendo como espectadores, sem espanto algum, o povão dando risada, inertes e vacinados, do sofá de casa, de forma incompreensiva do contesto e da perversa lógica do violento sistema.

Lembrando que quanto mais caro o dólar, mais pobre ficamos perante o mundo. Logo, nossos minérios, petróleo, mão de obra, cacau… Automaticamente, passam a valer menos, e, precisamos aumentá-los em quantidade real, para se chegar ao mesmo resultado inicial, no escambo global.

Em tempos apocalípticos, sugiro aos mais astutos, assistirem aos vídeos abaixo, como reflexão complementar a leitura.

Série de textos clássicos do IOL, não recomendado para os fracos, sabichões e godelas.

Para ver este e outros artigos desse mesmo naipe, abra no site, a aba AGENDA 2033 e leia e releia (a qualquer tempo) vários outros artigos que tratam do nosso desenvolvimento local microrregional.

Signatário Elson Andrade – arquiteto, urbanista, empresário e pós graduando do Instituto de Economia da Unicamp.


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