Economia: O carnaval já passou… e agora José, para onde?

 

Há muito, se diz que no Brasil o ano só começa mesmo depois do Carnaval. Portanto pela tradição, não há mais o que esperar!

Pera lá, mas, esperar requer a preexistência de algo. O que se espera! (…) Ai você pergunta, o que de fato há?

Sem saber do quê, nem o que esconde, eu lhe pergunto, e agora você; José, para onde?

O Capitão mitou?

Você que largou a mulher do casal,

traçou a assistente e casou-se numa igreja de crente;

você que fundou um exército de filhos da rachadinha,

de onde e pra que tantos imóveis?

Você que inaugurou o antipetismo,

que incentivou o racismo,

foi contra a política de gênero… o Jean, do Rosário a “Mariinha”,

José, para onde?

Primeira estrofe

Nas redes sociais, vendeu o ódio, o medo, um falso heroísmo!

Em verdade, o carlismo lhe jogou no abismo,

e agora José, quando parar?

Você que zomba dos outros,

que nunca teve discurso, ainda mais agora,

está sem afeição do Congresso e do Povo, no colo dos milicos chora,

já não pode beber, e ir no banco a qualquer hora!

Já não pode comer cachorro quente na praia, com o salário do seu assistente,

cuspir no chão já não pode,

E agora, José?

Segunda estrofe

A reforma da previdência, não desfaz a PREFERÊNCIA,

o direito adquirido, do judiciário, dos políticos; os graúdos,

o povo sofrido, os miúdos…

O resgate da economia da pequena cidade no fim do mundo;

o que reformar, no fundo?

E agora, José?

Terceira estrofe

O Queiroz que sumiu,

a moral sucumbiu,

a confiança caiu,

sua incoerência, sua ignorância;

e tudo mofou!!!

Seu ódio, seus seguidores onde estão — e agora?

Quarta estrofe

Tu que és apenas um paraquedista aposentado revoltado,

um deputado carioca descolado, de segundo escalão, lá do fundão;

em meio a bravata… de fundo; mamata,

sem teogonia, utopia; de onde virá a motivação, o tostão?

José, e agora?

Quinta estrofe

O Paulo Guedes que não fala,

o Moro que não para,

o Mourão que não cala!

Com a chave na mão, à abrir a porta do mundo,

não existe porta no fundo…

você destoa, José,

você é duro, José!

Sexta estrofe

A Economia que não cresce,

a dívida pública estremece,

o Capital Real que esmorece,

o funcionalismo público que agora aparece e endurece,

o Povo empobrece,

o (…) padece,

já não há mais Saúde,

já não há mais Educação;

Segurança já não há…

E o Meio Ambiente?

A Vale, Minas… e esse acidente?

José, sem CONFIANÇA e liderança! para onde?

Parodiando o belíssimo poema do saudoso escritor mineiro “José” de Carlos Drummond de Andrade, que foi publicado originalmente em 1942, na coletânea Poesias. Ilustra o sentimento de solidão e abandono a própria sorte, do indivíduo interiorano, que migrou para a cidade grande… cada vez mais urbana, cada vez mais individualista.

O capitalismo importado, o modo de vida exótico-forçado, a sua falta de horizonte, esperança e a sensação de quem já estava perdido: no espaço e na vida, sem saber que caminho tomar. Agora há que se perguntar: – para que, ou para quem?

Muito similar ao momento atual, quando cidadãos raivosos mergulharam de cabeça nas Redes Sociais, onde difundiram o ódio; quando se podia fechar o STF até com um Jeep e dois soldados… tudo distorcido, mensagem subliminar sem fundamento, e agora decepcionados, atônitos, já não sabem bem o quê, nem para onde!

Para os mais astutos, sugiro assistirem ao vídeo abaixo, como apoio complementar e comparativo a leitura.

Elson Andrade – arquiteto, urbanista, empresário e pós graduando do Instituto de Economia da Unicamp.


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