O gráfico acima (2018) deixa claro, que o rentismo é um dos principais motivos da nossa economia estar estagnada. Mais vale aplicar e especular com títulos da Dívida Pública, do que investir na economia real! Ou seja, receber juros como fazem os grandes, ao invés de pagar impostos e encargos sociais como fazem os pequenos.
Senão, levante em Ipiaú, quem está tendo retorno sobre o patrimônio bruto empatado (incluindo o valor da fazenda e correlatos), retorno da ordem de 16% a.a. Se houvesse, a cada 4,7 anos o patrimônio seria dobrado.
Se fizéssemos um gráfico correspondente ao lado do gráfico acima, comparando quem são os aplicadores que se apropriam dos respectivos retornos, por título e aplicação; daria para perceber claramente que os grandes das capitais, ficam com os maiores lucros, enquanto que os pequenos aplicadores de caderneta de poupança, que são na maioria em QUANTIDADE, porém também são os que MENOS recebem estes juros. Ou seja, quanto MAIOR o retorno, MENOR é a classe social beneficiada.
Agora responda, quem paga estes juros e qual é a fonte dos recursos?
Pelo menos 30% vem do Sistema da Seguridade Social, via DRU, o qual é alimentado pelos impostos federais. Os impostos federais são 2/3 da carga tributária nacional. Segundo o economista Eduardo Moreira (ex-banqueiro) se não fosse a DRU, o rombo na previdência seria de apenas 30 bilhões em 2018. Enquanto que os gastos com juros e intervenção no câmbio, chegaram a casa dos quase 500 bilhões em 2018, devido principalmente, ao patamar de desemprego formal. Tudo isto, no mesmo país! Dá para acreditar?
Enquanto houver bancos nacionais, que recolhem os depósitos à vista nas praças do país, em especial nas pequenas cidades, que cobram juros individualmente da ordem de até 389% a.a. (cheque especial por exemplo), terão bolas de ferro amarradas aos pés e dificilmente atingirão o pleno desenvolvimento.
Ai você pergunta: Assimetria de informação? Ou sistema programado de transferência de renda das classes sociais e pequenas cidades, paras os grandes nas grandes cidades?
Tudo isso, em época de juros baixos… imagine na época de FHC e Armínio Fraga, quando os juros variaram de 45% a 26% a.a.?
As pequenas cidades, e as classe sociais de baixa renda, estão sendo saqueadas no ECONÔMICO e no FINANCEIRO, assim como um morcego que suga o sangue da Reis em enquanto abana as asas no escuro!
Ipiaú que já foi no passado próximo (até década de 1980) uma das microrregiões econômicas mais pujantes do país, retraiu sua renda per capta a 1/3 da renda nacional e hoje, tem um PÌB por volta de 462 milhões (2018). Se retornássemos a pelo menos ao patamar da renda média nacional, nosso PIB seria de 1,54 bilhões e o orçamento municipal estaria próximo de 310 milhões. Observação que acende a luz amarela e deixa a pergunta – se está ou não, correto concentrar esforços nas políticas assistencialistas e redistributivas eleitoreiras, ao invés de gerar, inclusive, condições, infraestrutura e desafios mensurados e planejados, propícios ao desenvolvimento local. Incrementar um Polo Fruticultor exportador, por exemplo, é uma das questões postas. O desafio passa a ser o crédito, sem dúvida.
Uma bandeira efetiva, seria termos bancos com captação e aplicação de recursos, obrigatoriamente locais. Como é nos EUA, Alemanha… Fato este, de difícil constatação… sem antes pelo menos, haver uma guerra comandada por controles remotos, onde os mortos e feridos, seriam fruto da violência irracional de irmão contra irmão. Bestamente!
Precisávamos dar 2 passos atrás, para dar 1.000 a frente… trazendo ao Brasil, a pauta dos editoriais dos jornais americanos dos anos de 1776 e 1944. (Para eles funcionou).
Hoje em Ipiaú e nas cerca de 5.000 pequenas cidades brasileiras, todos nós entregamos nosso dinheiro aos grandes bancos… esses recursos são aplicados fora do município, e quando um de nós, sozinho, vamos ao Banco tomar um empréstimo… somos assaltados com taxas de juros reais extorsivas. Não temos tido para onde correr!
No mais, tudo não passa de uma grande e infindável novela, inerte, cômica… prestando serviço a distração e passatempo. Mudam-se o atores, mas a novela e o enredo continuam sendo os mesmos. Bestamente, tudo não passa de um falso capitalismo de comadres, inférteis. Onde até o fazendeiro virou escravo… só que desta vez via sistema monetário nacional.
Lembrar que o Plano Real não foi um Plano Econômico de fato, mas sim, uma Política Monetária que conseguiu ludibriar a muitos, ao baixar a inflação oficial, devido ao arrocho salarial e a desindexação as custas dos agentes econômicos reais.
Para os mais astutos, sugiro assistirem aos vídeos abaixo, como reflexão complementar a leitura.
Elson Andrade – é arquiteto, urbanista, empresário e pós graduando do Instituto de Economia da Unicamp
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