Covid-19: Em Feira músicos protestam contra proibição de decreto que suspendeu a atividade

Um grupo de músicos protestou nesta sexta-feira (11) em frente a prefeitura municipal de Feira de Santana, no Portal do Sertão, contra o decreto publicado nesta quinta-feira (10), que limitou o horário de funcionamento de bares até as 23h e proibiu apresentações artísticas nesses locais assim como todo e qualquer show musical nos bares, restaurantes e similares.

Os manifestantes levaram consigo instrumentos musicais demonstrando o ofício e com o objetivo de sinalizar ao poder público as dificuldades financeiras que o novo decreto pode acarretar com a publicação das novas proibições.

Em entrevista ao Acorda Cidade, um dos músicos demonstrou indignação com a decisão. “Estávamos nos reestruturando depois da primeira parada, já se organizando e quando as coisas estavam sendo normalizadas, vem um novo decreto que só proíbe os músicos de trabalharem. Mas será que o pessoal da música promove aglomeração como as lojas em Black Friday? Será que uma voz e violão provoca tanta aglomeração assim como aconteceu nas eleições, nos comícios, nas carreatas?”, indagou Everton Silva de Jesus.

Na ocasião o Secretário de Cultura, Esporte e Lazer da cidade, Jairo Carneiro Filho, dialogou com os representantes do grupo. “Precisamos entender que apenas no dia de ontem, foram 300 casos confirmados para o coronavírus, mas não é especificamente contra os músicos que estamos com esse decreto, e sim por parte dos estabelecimentos que contratam esses profissionais. Não está tendo controle de clientes e nos espaços que devem ter até X pessoas, essa quantidade ultrapassa. Então estamos tendo todos os cuidados para evitar um fechamento brusco em determinado setores”, disse ao site.

Em uma nota de esclarecimento, a prefeitura de Feira disse que apenas nesta quinta- feira (10), a cidade chegou a registrar o maior número de contaminados em um período de 24 horas desde o início da pandemia. Foram 300 diagnósticos positivos no dia. A pasta disse ainda que a medida de suspensão das atividades musicais foi motivada pelo aumento de casos em todo o estado, como também pelo atraso de exames RT-PCR, encaminhados para o Laboratório Central de Saúde Pública – LACEN, e com o prazo de 11 dias para a entrega dos resultados.

“Em virtude desse cenário e para evitar que os sistemas de saúde recebam uma demanda muito acima da capacidade de atendimento adequado, foi necessária uma medida mais rigorosa por parte do poder Executivo, principalmente, nas áreas de eventos e bares devido a não utilização de máscaras no local e a possibilidade de maior emissão de gotículas de saliva causada pela dificuldade de comunicação por causa de som alto”, diz parte da nota.

 


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