Com muito merecimento, Mestre Braz recebeu o título de cidadão ipiauense

Aconteceu no início da Sessão Ordinária que a Câmara Municipal de Ipiaú realizou na noite de ontem (quinta-feira, 23 de setembro) a solenidade de outorga do título de “Cidadão Ipiauense” ao mecânico aposentando Braz Tito da Cruz, mais conhecido como “Mestre Braz”.

A homenagem decorreu de um Projeto de Resolução da autoria do vereador Claudio Manoel da Costa Nascimento-PSD- que foi aprovado na legislatura passada pela unanimidade dos membros da casa.

A decisão repercute positivamente no âmbito do município, tendo merecido reiterados elogios por parte da comunidade local que através de algumas gerações testemunhou a grandeza de um homem simples, protagonista de relevantes serviços a Ipiaú.

Mestre Braz é um exemplo de honestidade e trabalho e teve o merecimento de receber em vida a justa homenagem que lhe foi direcionada.

Na justificativa do projeto, o vereador Claudio Nascimento traça um resumo biográfico do agraciado com tão significativo título. Confira:
“Ele chegou nesta cidade em 1937, proveniente de Taperoá, baixo sul do estado, onde nasceu. Seu pai era o pedreiro Joel Tito da Luz e a mãe se chamava Helena Damiana da Conceição.

Um erro de registro, no cartório, tirou do seu sobrenome a palavra “ Luz”, substituindo-a por “ Cruz”, a qual carrega até hoje e transmitiu aos seus descendentes: os mais velhos Vitória e Joel Neto,Braz Filho, José Joel (Nuna), Julio Cesar ( que é o cantor e compositor Tito da Cruz),Antônio Aníbal e Sebastião

A mãe deles tinha o nome de Railda Campos Sales.

Foi na região onde hoje é a Praça do Cinquentenário que seu Joel construiu sua casa e criou os filhos.

No ano de 1948, Braz aprendeu a dirigir automóveis com um motorista apelidado de “Capa Égua”. Daí começou a se interessar pela mecânica.

Na cidade de Governador Valadares, em Minas Gerais, ingressou na “Oficina Baiana”, onde, num período de cinco anos (de 1950 a 1955), aprendeu a profissão. Tornou-se um mestre, especialista em motores das marcas Williams, Chevrolet e Ford.

Nas eleições de 1955 o mineiro Juscelino Kubitschek de Oliveira foi eleito presidente do Brasil e apresentou um plano de metas, cujo lema era “Cinquenta anos em Cinco”.

JK pretendia em apenas cinco de governo realizar ações correspondentes a 50 anos de desenvolvimento econômico.

Mestre Braz não se deixou seduzir por tanto entusiasmo e fez um caminho contrário ao de tantos outros nordestinos que se deslocavam para a região onde estava sendo construída a nova capital federal, Brasília.

Retornou a Ipiaú e abriu sua própria oficina numa garagem cedida pelo fazendeiro Quincas Azevedo, na Rua Rio Branco”, centro da cidade. Assim começa a concorrer com mestre Alírio, Arlito Santana, Raimundo Nonato e outros mecânicos de grande competência.

A labuta diária permitiu que mestre Braz juntasse algum dinheiro e comprasse um galpão, pertencente ao concorrente Arlito Santana, na Avenida Getúlio Vargas. No imóvel instalou a “ Oficina São Braz” que vem funcionando há 60 anos ininterruptos.

O negócio prosperou e permitiu a ampliação do espaço. Seu Joel, já um reconhecido “Mestre de Obras”, se encarregou da construção. Na Oficina São Braz chegaram a trabalhar mais de 20 pessoas, numa mesma turma, realizando serviços de mecânica, chaparia montagem, desmontagem e pintura automotiva.

Atualmente são alguns dos filhos do proprietário que atendem a clientela.

Diariamente mestre Braz marca presença na oficina, transmitindo sua experiência, recebendo velhos amigos, curtindo o ambiente que lhe faz bem.

Dentre os inúmeros discípulos que ele formou estão os mecânicos Manoel Arara, Brazinho (seu filho mais velho) Valdivino e Jai.

Certa feita ele aceitou um desafio e montou, num prazo de 15 dias, dois motores da nova geração dos importados: um da Renault e o outro da Mitsubishi.

Assim provou a sua competência e mostrou porque lhe chamam de Mestre”.

(José Américo Castro).


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