Cientistas detectam nova variante do coronavírus com origem no Amazonas

No último domingo (10), o governo japonês revelou que suas autoridades de saúde detectaram uma nova variante do coronavírus em quatro viajantes que retornaram ao país após viajarem ao Brasil.

Agora, a Fiocruz Amazônia, com base em uma pesquisa em andamento, indica que essa mutação tem origem no estado do Amazonas.

Especialistas concordam que ainda é muito cedo para se ter certeza de qualquer nova propriedade da doença – já que ainda há pesquisas não finalizadas.

No entanto, com base no que foi visto até então, a mutação pode significar uma provável nova linhagem brasileira do vírus – inclusive, com maior poder de transmissão.

Isso porque, os especialistas observaram que há duas mudanças significativas na proteína spike da doença, responsável pela ligação entre a célula e o vírus. Ainda é a mesma linhagem vista em grande parte do Brasil, a B.1.1.28, mas com alterações.

Atualmente, Manaus enfrenta uma nova onda de casos, o que fez com que, segundo o prefeito David Almeida, o sistema de saúde entrasse em colapso pela segunda vez desde que a doença começou a se espalhar.

Para tentar descobrir a origem da mutação, os estudos da Fiocruz Amazônia, liderados por Felipe Naveca, compararam os dados do vírus, coletados por meio de sequenciamento genético no Japão, com amostras presentes no banco de dados do estado – e que foram registradas no ano passado, entre abril e novembro.

Agora, os pesquisadores comparam as informações com as últimas amostras coletadas, datadas de dezembro. Isso ajudará a entender se há ligação entre as mutações e a explosão de novos casos da segunda onda de contaminações no estado.

Mutações

Foi descoberto que as alterações na proteína spike são bastante significativas, já que, anteriormente, constatações parecidas foram associadas a uma variante do vírus com maior poder de transmissão.

Este movimento já começou a ser observado por pesquisadores da área de sequenciamento genético. Em um fórum internacional, um texto publicado indica que “essas sequências poderiam ser representantes de uma nova variante emergente”.

“O surgimento de novas variantes do Sars-Cov-2 abrigando mutações na proteína spike, que podem impactar a aptidão viral e a transmissibilidade, tem sido um problema de grande preocupação, particularmente após a recente identificação de duas cepas emergentes independentes no Reino Unido e na África do Sul”, diz o texto.

No entanto, em comentário ao Uol, Felipe Naveca explica que as mutações são naturais quando se trata de um vírus desse tipo. “A gente sempre alerta que, quanto mais um vírus infecta as pessoas, mais vai evoluir”, comenta.

Mesmo assim, ele afirma que é possível que a variante não cause uma infecção mais grave, apenas que pode ser transmitido com mais facilidade.


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