Bolsonaro diz que não teme ser preso: “Querem uma prisão light para me carimbar como ex-presidiário”

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou estar sendo alvo de uma perseguição. Em entrevista à revista Veja nesta sexta-feira (19), ele disse não haver motivos para ser preso, mas que há “pessoas importantes” que discutiam prendê-lo antes do fim do seu governo, segundo ele, “apenas para carimbá-lo com a pecha de ex-presidiário”.

“O pessoal está vindo para cima de mim com lupa. Eu esperava perseguição, mas não dessa maneira. (…) É um esculacho. Todo o meu entorno é monitorado desde 2021. Quebraram os sigilos do coronel Cid para quê? Para chegar a mim”, disse.

Durante a entrevista, Bolsonaro defendeu Mauro Cid, e citou o caso da ex-presidente boliviana Jeanine Áñez, presa e condenada à prisão sob acusação de atos antidemocráticos, mas negou que o mesmo ocorra com ele, no Brasil.

“Para ter algum motivo que justificasse isso, eu precisaria ter feito pelo menos 10% do que ela fez. E eu fiz 0%. Algumas pessoas importantes, não vou dizer os nomes, já diziam antes de acabar o governo que querem me prender. Uma prisão light, apenas para me carimbar com a pecha de ex-presidiário”, afirmou o ex-presidente, investigado por supostamente fraudar o cartão de vacinação.

Mauro Cid foi preso durante a investigação, em operação da Polícia Federal. “Quem indicou o Cid foi o comando do Exército da época, mas ele me serviu muito bem. Nunca tive nenhum motivo para desconfiar dele, e não quero acusá-lo de nada. Eu tenho um carinho muito especial por ele. É filho de um general da minha turma, considero um filho”.

Bolsonaro disse ainda que a investigação não vai encontrar ilicitudes em seu celular, que foi apreendido, mas “coisas que envolvem segredos de estado”. “Vazar isso, como tem sido feito, é muito grave”, afirmou Bolsonaro.


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