A 9ª Coordenadoria de Polícia, Delegacia Territorial de Barra do Rocha, sob o comando do delegado Nadson Pelegrini, realizou nesta quinta feira (06) a Operação Gaslighting, com o objetivo de investigar crimes de falsidade ideológica, ameaça de violência no âmbito da Lei Maria da Penha, calúnia, injúria, difamação, falsa identidade entre outros.
Gaslighting ou gas-lighting é uma forma de abuso psicológico na qual informações são distorcidas, seletivamente omitidas para favorecer o abusador ou simplesmente inventadas com a intenção de fazer a vítima duvidar de sua própria memória, percepção e sanidade.
Na deflagração da operação, a Polícia Civil de Barra do Rocha contou com o apoio das equipes da DT/Jequié, DT/Ipiaú e Serviço de Investigação da 9a Coorpin, utilizando dezessete policiais e cinco viaturas.
Após meses de meticuloso trabalho de investigação, os agentes deram cumprimento a mandados de busca e apreensão em cinco endereços em três municípios: Barra do Rocha, Itagibá e Ipiaú.
A operação culminou com o indiciamento de um homem autor de uma imensa variedade de crimes utilizando a internet como base.
Conforme as investigações, para cometer os crimes o investigado fez uso de mais de quinze linhas telefônicas cadastradas em nomes de terceiros, que não não tinham conhecimento que seus CPFs estavam sendo utilizados e, muito menos, que estavam usados para cometer ilícitos.
A principal vítima das mensagens era a esposa do homem. Uma ocorrência policial registrada por ela deu início às investigações.
Durante meses sofreu ela tortura psicológica, recebendo de forma reiterada mensagens com teor ofensivo, que foram desgastando sua autoestima e acabando com sua confiança em si mesma e causando graves prejuízos psicológicos.
Ela contou a polícia que passou a receber mensagens caluniosas com sua imagem que começaram a ser enviadas para seus familiares, inclusive até mesmo a sua filha de oito anos, que não so recebeu como também foi alvo de ameaças por parte do agressor.
O que a vítima não poderia imaginar é que o homem com quem havia se casado há menos de dois meses, era o autor do crime, conhecido no mundo da internet como “cyberstalking”.
O criminoso, durante meses, através de números diversos, enviava mensagens ofendendo a honra e diminuído a vítima, ao mesmo tempo que enviava mensagens colocando-se objeto de desejo, fazendo assim uma confusão na cabeça da vítima, que passava a dar a mais valor ao acusado, já que, em tese, enquanto ela estava sendo humilhada, seu marido estava sendo exaltado.
A maioria das mensagens fazia menção a relacionamentos passados da vítima (principalmente com um edil da cidade), enquanto outras diziam desejar o investigado para encontro amoroso, alegando que “tomariam” o marido dela.
O criminoso, rotulado pela psicologia como “perverso narcisista”, teve audácia tamanha, que chegou a utilizar CPFs dos padrinhos de seu casamento e até mesmo do pastor que celebrou a cerimônia, além do CPF de outras vítimas.
Durante da investigações, a equipe da Delegacia Territorial de Barra do Rocha também descobriu que o investigado era autor de ao menos um dos recentes vídeos difamatórios que circularam na cidade no onde eram atribuídas qualidades depreciativas a membros da academia onde o investigado trabalha, sendo que, para não ser considerado suspeito, no vídeo ele veiculou a própria foto com o dizer “corno”, alegando que a esposa o traia.
Ipiaú Online com informações Ascom 9ª Coorpin
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