Autores de massacre compraram armas brancas no site Mercado Livre

Os atiradores que realizaram o massacre na escola estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, nesta quarta-feira (13), compraram a besta, a machadinha e o machado pela internet. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

Os investigadores encontraram quatro comprovantes de pagamento do Mercado Livre entre o material apreendido na casa dos autores do atentado, Guilherme Taucci Monteiro, 17, e Luiz Henrique de Castro, 25.

Os dois atiradores mataram cinco alunos, duas funcionárias e um empresário na escola. Eles se mataram em seguida. Outras 11 pessoas ficaram feridas.

Planejamento do ataque
Os dois planejaram o crime por mais de um ano. Um amigo dos dois contou à polícia que ouviu que eles pretendiam cometer o ataque, mas não sabia quando.

A polícia apreendeu documentos e computadores e constataram que eles já estavam pesquisando ataques em escolas dos Estados Unidos há pelo menos 1 ano.

Cerca de 20 testemunhas já foram ouvidas pela polícia na investigação do massacre em Suzano. Não há previsão de novos depoimentos nesta quinta-feira (14). Os corpos das vítimas estão sendo velados na Arena Suzano, o ginásio de esportes da cidade.

Segundo informações da TV Globo, os depoimentos dos sobreviventes devem ter acompanhamento psicológico.

Luís Henrique de Castro, de 25 anos (ele faria aniversário no sábado) e Guilherme Taucci Monteiro, 17 anos, eram vizinhos e ex-alunos da Escola Estadual Raul Brasil. Guilherme havia abandonado a escola no ano passado e, de vez em quando, fazia alguns trabalhos em lanchonetes no centro de Suzano. Mas passava a maior parte do tempo com o amigo.

Segundo vizinhos, os dois às vezes ficavam o dia inteiro conversando, sentados na frente de casa. E passavam pelo menos três noites por semana em uma lan house perto de casa jogando games como Counter Strike e Mortal Combat, além do Call of Duty. Castro trabalhava de vez em quando com o pai, capinando o mato.

Ataque
Na manhã desta quarta, chegou a acordar por volta das 5 horas e foi para a estação de trem com o pai. Chegando lá alegou que estava doente e o pai disse para ele voltar para casa, o que nunca aconteceu.

Os dois foram até uma loja de carros seminovos do tio de Guilherme, Jorge Antônio Moraes, localizada a cerca de 450 metros. De acordo com testemunhas, por volta de 9h15, Guilherme entrou sozinho no local, onde também funciona um estacionamento e um lava-rápido e disparou três vezes. Ele acertou o celular que Jorge segurava na mão – e levantou na tentativa de se proteger -, a clavícula e as costas da vítima. Depois, saiu e embarcou no carro que o esperava na saída.

Amigos e funcionários relataram que o carro não foi roubado no local, ele seria de uma locadora, mas não ficou claro se foi roubado lá ou locado. Jorge era conhecido no bairro e tinha a loja há 27 anos e deixa três filhos.

A polícia foi acionada para procurar um Ônyx branco, encontrado um tempo depois na frente da escola, já com a chamado do tiroteio em curso. Os policiais ainda viram os atiradores vivos, mas eles fugiram dentro da escola.

Um pouco antes do massacre, Guilherme postou em sua página no Facebook 30 fotos com máscara de caveira – semelhante à encontrado na escola – e arma. Nas imagens, ele faz gestos obscenos e mostra a arma. Em uma outra imagem, ele faz um sinal de arma com os dedos e aponta para a cabeça.

O que se sabe até o momento:

Antes de invadirem a escola estadual Professor Raul Brasil, os dois foram até uma loja de veículos, onde o adolescente atirou no dono do estabelecimento, tio dele. Jorge Antonio de Moraes, dono da Jorginho Veículos, foi baleado em seu escritório, dentro da loja. Ele não resistiu e morreu;
Eles usaram um carro alugado para se deslocar até os locais dos crimes;
Os alunos estavam em intervalo de aulas;
Os responsáveis pelo ataque eram ex-alunos da Escola Estadual Raul Brasil;
Após ataque na oficina, a dpula foi até o colegio: o adolescente entrou primeiro na escola pela porta da frente e atirou na direção de um grupo, onde estava coordenadora pedagógica Marilena Umezo e a inspetora Eliana Xavier;
O outro assassino, Luiz Henrique, foi quem carregou as demais armas para dentro das escola e usou uma machadinha para atacar vítimas baleadas no chão e atacar estudantes que fugiam da escola;
Uma das machadinhas ficou presa ao corpo de um dos estudantes. Ele foi andando até o hospital, onde pediu socorro;
Foram usadas no ataque uma arma de calibre 38, machadinhas e uma besta (arma medieval com flecha);
Os artefatos explosivos levados para dentro da escola em bolsas eram falsos;
A dupla responsável pelo ataque são vizinhos e costumavam passar horas conversando na rua;
Segundo vizinhos, os assassinos passavam pelo menos três noites por semana em uma lan house perto de casa jogando games como Counter Strike e Mortal Combat, além do Call of Duty;
Polícia investiga se atiradores de Suzano planejaram crime em fórum de games;
Morreram cinco alunos, duas funcionárias da escola, o tio do adolescente atirador e o comparsa dele. O adolescente se matou em seguida;
Onze estudantes ficaram feridos e estão internados. Alguns estão em estado grave;
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), decretou luto oficial de três dias no Estado;
O Gate fez uma varredura na escola, porque foram encontrados artefatos com aparência similar a de explosivos;
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo enviou dois psiquiatras e um psicólogo para dar apoio no atendimento às famílias e demais envolvidos na ocorrência.
Atirador postou em rede social fotos com armas minutos antes de massacre em escola

Correio


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