Atingindo 24%, aprovação de Lula despenca e atinge recorde negativo no terceiro mandato

Paulo Pinto/Agência Brasil

A aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sofreu uma queda drástica, passando de 35% para 24% em apenas dois meses, marcando um recorde negativo em seus três mandatos à frente do Palácio do Planalto.

A reprovação, por sua vez, também alcançou um índice histórico, subindo de 34% para 41%. O levantamento, realizado pelo Datafolha, ouviu 2.007 eleitores em 113 cidades entre os dias 10 e 11 de fevereiro, com margem de erro de dois pontos percentuais.

A pesquisa reflete as crises sucessivas que abalaram o governo, sendo uma das mais notórias a do Pix. Em janeiro, o governo anunciou a fiscalização de transações acima de R$ 5.000, o que gerou um forte movimento de oposição, com acusações de controle indevido e fake news sobre uma suposta taxação do Pix.

Diante da repercussão negativa, a medida foi revogada pela Fazenda do ministro Fernando Haddad, e Lula tentou responsabilizar a comunicação do governo, trocando a chefia do setor.

Além disso, a inflação de alimentos continua sendo uma preocupação para o presidente, que gerou polêmica ao sugerir que a população deixasse de comprar alimentos caros, o que foi amplamente criticado pela oposição.

Com esse cenário, a aprovação de Lula atingiu o pior patamar de sua trajetória presidencial, superando a baixa avaliação registrada em 2005, durante a crise do mensalão. No terceiro mandato, iniciado em 2023, a média de aprovação vinha se mantendo estável, mas os números mais recentes refletem um desgaste considerável.

A pesquisa também aponta que a queda de popularidade de Lula não se limita a seus opositores. Grupos tradicionais de apoio ao petista, como os mais pobres e menos escolarizados, mostraram uma erosão na confiança.

A aprovação entre eleitores que ganham até dois salários mínimos caiu de 44% para 29%, e no estrato de pessoas com ensino fundamental, a queda foi de 15 pontos, de 53% para 38%.

Mesmo no Nordeste, reduto histórico do PT, houve um recuo substancial na aprovação, que passou de 49% para 33%. A pesquisa também revelou uma mudança de postura entre eleitores de Lula no segundo turno de 2022, com uma queda de 20 pontos, chegando a 46%, e um aumento considerável na desaprovação.

Lula, no entanto, tenta projetar confiança, sugerindo que este seja um “ano de desmascarar mentiras” sobre seu governo, especialmente as disseminadas por fake news. Sua postura parece indicar que o foco de sua estratégia será enfrentar as críticas e tentar reverter a curva de desaprovação.

Enquanto isso, a oposição começa a se movimentar. Entre os presidenciáveis, estão figuras como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e representantes do bolsonarismo, como Pablo Marçal e Gusttavo Lima.

Embora o ex-presidente Jair Bolsonaro permaneça inelegível até 2030, o cenário eleitoral continua a se desenhar com muitas incertezas.


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