Agências de turismo brasileiras estão oferecendo pacotes de viagem aos EUA para quem deseja se vacinar contra a Covid-19. O valor varia entre R$ 18 mil, para quem quer algo mais simples, e R$ 93 mil, para quem deseja viajar no setor executivo e se hospedar em hotéis de alto padrão. As informações são do portal G1.
A vacinação contra a Covid-19 no Brasil anda a passos lentos. O ritmo de vacinação contra a Covid-19 caiu pela metade no Brasil nos primeiros 14 dias do mês de maio. Quem tem recursos está cogitando o “turismo da vacina”.
A família da brasileira Samanta, que não quis ter o sobrenome identificado, desembarcou nos EUA antes mesmo que o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, comunicasse que o governo estadual autorizou a vacinação contra a Covid-19 de turistas na terça-feira (11). Ela viajou om o marido e com a filha, de 12 anos, com a expectativa de serem imunizados.
“Uma amiga minha, que tinha perdido a sogra para a Covid, estava na minha casa me contando o momento difícil que a família estava passando quando recebeu um telefonema avisando que outro colega havia morrido. Ali, para mim, foi o momento decisivo”, conta Samanta.
A agência catarinense Menton, que organizou a viagem de Samanta, oferece um pacote de luxo para duas pessoas: passagens aéreas no setor executivo e hospedagem de alto padrão por US$ 17.600 (cerca de R$ 93 mil).
Virginia Peluffo, sócia da agência, afirmou que os serviços são realizados sob demanda e que não incentiva o chamado “turismo de vacina”. “Não incentivamos esse tipo de turismo porque não há garantias de que a pessoa vá ser imunizada: as regras podem mudar a qualquer momento”.
O aumento do número de brasileiros que viajam aos EUA para serem imunizados foi tanto que a Be Happy, agência de viagens de luxo com sede em Moema, bairro de classe alta em São Paulo, criou destinos personalizados aos seus clientes.
Com pacotes a partir de R$ 50 mil, é possível ter os Estados Unidos como destino final, mas não antes de passar um período de 15 dias nas Ilhas Maldivas, Dubai, México, Costa Rica ou República Dominicana. Pessoas vindas do Brasil e de mais seis países, além de alguns países europeus, devem cumprir quarentena de duas semanas em outros territórios sem restrições antes de entrar nos EUA. Ainda assim, é necessário apresentar um teste de antígeno na alfândega.
“Tem passageiro que, ao invés de ficar 15 dias em um lugar só, prefere viajar a dois pontos diferentes na costa do México, aproveita para passear. Outros, pedem apartamento até com cozinha porque não querem sair do hotel nem para comer”, comenta Jacque Dallal, fundadora da Be Happy.
“A quarentena, no México, não é restrita ao hotel, onde a pessoa não pode fazer nada. O turismo lá me impressionou muito porque tem muita gente viajando”, comenta Márcia Rosa, proprietária de uma franquia da agência de viagens Flytour.
Rosa viajou aos Estados Unidos com o marido para visitar o filho e os netos, que moram no Vale do Hudson, região metropolitana de Nova York. No dia seguinte à sua chegada na cidade, foi vacinada em uma farmácia com o imunizante produzido pela Moderna.
Inspirada em sua experiência, criou um pacote de viagem ao custo de R$ 18.782. Nele, estão incluídas passagens aéreas de ida e volta, hospedagem e transfer da cidade até o local de vacinação.
Rosa também auxilia os clientes no momento do agendamento da vacinação. Todo o processo é feito on-line e, já no cadastro, a pessoa informa qual a sua vacina de preferência. Atualmente, o país dispõe de três imunizantes: Moderna, Pfizer e Janssen.
O período de quarentena no México inclui cinco noites em Valladolid, cinco noites em Tulum e cinco noites em Cancun. Depois, mais 5 dias nos EUA. “Com menos de uma semana, eu já tinha 13 famílias confirmadas”, afirma Rosa. Segundo ela, a maioria dos compradores são casais acima dos 60 anos que já se vacinaram e desejam viajar aos EUA com o objetivo de vacinar os filhos.
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