A morte de Adenor dos Reis Soares, vereador por quatro mandatos em Ipiaú, é o símbolo do fim de uma era no município.
O tempo de Adenor era o dos grandes oradores, pessoas públicas que tinham o poder de se misturar com o povo gerando votos através da palavra.
Como dizia o próprio Adenor, ” político tem que ter cheiro de povo”. Assim este serralheiro, coordenador de terreiro de candomblé, cabo eleitoral de várias lideranças políticas que passaram por Ipiaú ao longo das décadas, marcou a opinião pública e a memória de várias gerações com seus discursos improvisados, cheios de emoção e frases engraçadas.
Adenor quando era entrevistado no Programa Fala Ipiaú, na Rádio Educadora, sempre nos deixava atentos e admirados com o seu poder da oratória. Era capaz de entreter do intelectual ao trabalhador rural com suas histórias e filosofias de gente simples. Esteve marchando ao lado de políticos em campanhas inúmeras, desde Leur Lomanto e Miguel Coutinho até Cezário Costa e, mais recentemente, na campanha da prefeita Maria.
Já nos últimos anos de vida tentou retornar à Câmara mas não conseguiu votos suficientes, tendo de amargar essa desilusão. A fama de um dos criadores do Bairro Novo não tinha chegado às novas gerações de eleitores.
Adenor liderou Invasões que mais tarde viriam a se tornar bairros. Bem votado naquela ocasião, com isso teve moral para brigar para que seu bairro fosse respeitado e dessa forma conseguiu vitórias notáveis. Comenta-se que a escolha do local para implantação do Centro Comercial José Mota Fernandes, na popular “Rua do Sapo”, teve muito da sua pressão política junto às lideranças da época. De tão popular na sua vizinhança, a rua em que morava leva o seu nome.
Figuras como Adenor não são mais comuns na classe política atual. Sua empolgação e popularidade certamente vão fazer falta.
Ipiaú Online / Celso Rommel
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