A região do cacau ainda espera que os governos olhem por ela

Bombou nas redes sociais da região do cacau a notícia de que uma decisão do TJ havia anulado as dívidas de um casal de cacauicultores contraídas no período em que a vassoura-de-bruxa bateu forte.

Milton Andrade, presidente do Sindicato Rural de Ilhéus e interlocutor top da problemática do cacau com a Federação da Agricultura da Bahia (Faeb) e Confederação Nacional da Agricultura (CNA), viu a notícia com desconfiança:

– Isso não é novo. Trata-se das mesmas pessoas com os mesmos advogados.

Por via das dúvidas, passou o caso para o advogado do sindicato. E estava certo. A notícia não era fake, mas era requentada, uma decisão de 2013.

Dívida — Segundo Milton, os endividados são em torno de quatro mil entre 30 mil produtores. O montante anunciado é de R$ 1,2 bilhão, mas na real fica em torno dos R$ 400 milhões:

– Os bancos botam muita gordura. Quando vêm os rebates, chega-se ao real.

Milton diz que governo algum ligou para o cacau. FHC prometeu e não cumpriu, Lula idem. Ele vislumbra uma esperança agora, com os acenos dos governos federal e estadual.

– O Pará planta todo ano de oito a dez mil hectares. E nós estamos aqui parados.

Milton diz que segunda-feira a ministra Tereza Cristina (Agricultura) vai abrir em Brasília um encontro em que a Ceplac vai demonstrar suas experiências. É um aceno positivo.

Levi Vasconcelos / A Tarde


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