A Record afastou dos trabalhos nesta sexta-feira (24) o repórter Gérson de Souza, acusado de assédio sexual por 12 mulheres e alvo de três boletins de ocorrência na polícia até agora. Souza apareceu na Redação do Domingo Espetacular de manhã e logo foi embora.
Ele permanecerá afastado até 10 de junho, quando entra oficialmente em férias. A Record só tomará uma decisão mais drástica ou revogará o afastamento quando se encerrarem as investigações policiais.
Na quinta-feira (23), duas jornalistas foram à polícia e afirmaram que sofreram investidas de cunho sexual por parte do repórter, um dos mais experientes da emissora.
Nesta sexta, mais dez mulheres foram a uma delegacia de São Paulo, mas nem todas foram ouvidas pela polícia. Algumas eram testemunhas de companheiras que teriam sofrido abuso mas não querem se expor.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, no entanto, foram registrados apenas três boletins de ocorrência de três supostas vítimas até agora.
À polícia, profissionais da Record contaram que Souza as importunava no ambiente de trabalho com beijos roubados, palavras obscenas e expressões do tipo “você é muito gostosa”. Algumas foram tocadas nos seios e na cintura, segundo relatos.
“Ele chegou por trás e me beijou na boca. Ficou mostrando a língua e saiu dizendo que roubado era mais gostoso. Foi nojento”, disse uma vítima ao Notícias da TV.
Réporter aponta revanchismo
Gérson de Souza nega veementemente ter cometido assédio. Diz que está sendo vítima de revanchismo de uma produtora (repórter que atua nos bastidores da TV) com quem teve uma discussão por causa da “qualidade do serviço”.
“Eu reclamei com a chefia da qualidade das pautas dela, era roteiro que não tinha o nome do entrevistado, que não tinha informações”, disse ele à reportagem. “Estou vendo isso como revanchismo. Tenho certeza de que ela está reagindo a uma observação que fiz sobre a qualidade do serviço dela”, sustenta.
O jornalista diz ser “de uma época em que se brincava [com mulheres]”, mas nega que tenha assediado as colegas. “Isso é um grande mal-entendido. Não assediei ninguém.”
A Record confirma o afastamento de Gérson de Souza de suas funções e que aguarda as investigações policiais para definir seu futuro na empresa. A emissora tem prestado assistência às mulheres que o denunciaram.
Uol
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