O dia 15 de maio de 2019, ao que tudo indica, será marcado por uma grande paralisação nacional em defesa da educação. Nomeada de “Greve Nacional da Educação”, a mobilização contará com representantes e entusiastas de todos os níveis de ensino – desde o básico ao superior -, unindo alunos, professores e técnicos em uma só causa: a contrariedade ao congelamento de recursos na educação, pelo governo Bolsonaro.
Em Alagoas, o ato terá concentração no Cepa [Centro Educacional de Pesquisas Aplicadas], às 9h, e seguirá em caminhada pela Avenida Fernandes Lima até a Praça dos Martírios, no centro de Maceió.
A organização do ato ainda não fez estimativa de público para o ato, mas espera que seja a somatória das assembleias ocorridas nas últimas semanas mais a parcela da sociedade sensibilizada com os contingenciamentos na educação brasileira.
Um levantamento feito pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior mostra que o MEC [Ministério da Educação] bloqueou pelo menos R$ 2,4 bilhões para investimentos em programas do ensino infantil ao médio. Já o bloqueio nas universidades e institutos federais foi de R$ 2,2 bilhões.
“A ideia é que o ato seja uma caminhada de diálogo entre os estudantes e profissionais da educação dos diversos níveis de ensino. Esperamos a participação, inclusive, de instituições de ensino particulares, de pessoas sensibilizadas com os cortes nas universidades, institutos federais e escolas públicas”, disse Tiago di Luca, coordenador geral do DCE/Ufal [Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Alagoas].
Em defesa do Ifal [Instituto Federal de Alagoas], Gabriel Magalhães, diretor de finanças do Sintietfal [Sindicato dos Servidores Públicos Federais da Educação Básica e Profissional no Estado de Alagoas] disse que o contingenciamento no instituto irá prejudicar de maneira brutal o andamento da política pública de qualidade desenvolvida naquele instituto.
“O Ifal foi atingido [com o contingenciamento das verbas] em cerca de 36%. Hoje, somos uma instituição que está em 16 municípios de Alagoas, 70% dos nossos estudantes têm uma renda familiar de até dois salários mínimos, 30% ganha menos de um salário mínimo, o que enfatiza de que é um público com uma vulnerabilidade social significativa e que, dentro do Ifal, tem a oportunidade de se formar com uma educação de qualidade, se desenvolver em pesquisa e extensão e adentrar no mercado de trabalho qualificadamente”, defendeu Gabriel.
“A gente está tentando garantir o mínimo de soberania Nacional, com o investimento nas universidades públicas. Depois na virada do século 21, entrou na universidade pública uma quantidade de gente significante das classes mais populares e que produz muito no ambiente acadêmico. No país, mais 90% das pesquisas científicas, por exemplo, são produzidas nas universidades públicas, e isso influencia em muita coisa no cotidiano do povo. A educação que está diretamente vinculada ao futuro do Brasil. Entendo que defender a educação pública é defender o óbvio”, concluiu Tiago di Luca, coordenador do DCE.
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