Durante uma reunião com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e outras secretaria do Estado, nesta terça-feira, 26, em Salvador, o presidente da Amurc e prefeito de Firmino Alves, Aurelino Cunha, juntamente com o prefeito de Barra do Rocha, atual vice-presidente da entidade, Luís Sérgio Alves de Souza tiveram acesso aos laudos das vistorias técnicas realizadas na barragem de Mirabela, nos dias 28/01 e 12/02, que apontam a segurança da Mirabela.
A reunião foi conduzida pelo titular da Sema, João Carlos da Silva, acompanhado da diretora do Inema, Márcia Telles. Ainda participaram do encontro, o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (Crea-BA), Luís Edmundo Campos, representantes das secretarias de Desenvolvimento Rural (SDR), Relações Institucionais (Serin), Casa Civil, União dos Prefeitos da Bahia (UPB) e Companhia Baiana de Pesquisa e Mineração (CBPM).
Sobre a primeira inspeção técnica, a Mirabela afirmou que o projeto da barragem foi concebido para ser de contenção de rejeitos, método mais moderno o qual tecnicamente é considerado mais seguro. Segundo a empresa, no Brasil só existem duas barragens de contenção de rejeitos construídas com essas características e que no mundo não existe nenhum relato de rompimento de barragens construídas com essa tecnologia, o que confere um nível de segurança satisfatório.
Na última vistoria, realizada no dia 12/02, não foi detectado quaisquer anomalias na estrutura do maciço da barragem, trincas, fissuras e erosões nos taludes de jusante do barramento. Foi verificado que a barragem conta com instrumentos de monitoramento geotécnico, dois piezômetros para o controle de pressões neutras na estrutura da barragem, quatro dispositivos para o controle de eventuais deslocamentos horizontais e verticais (recalque) denominado marcos superficiais, além de medidor eletrônico de nível de água e de régua manual para o controle do nível de água da barragem.
Barragem a jusante
Segundo informações técnicas, ao contrário do alteamento a montante, como as barragens que se romperam em Brumadinho e Mariana, a barragem da Mirabela é de alteamento a jusante, feito para fora e para baixo do barramento e que exige mais material para construção das novas paredes de contenção. No modelo a montante, a barragem cresce por meio de degraus feitos com o próprio rejeito sobre o dique inicial. Já a jusante, a barragem cresce apenas sobre ela mesma, na direção da corrente dos resíduos, o que melhora a estabilidade da estrutura.
O secretário da Sema, João Carlos Silva ressaltou a importância dessas informações serem levadas às comunidades impactadas pelo empreendimento para que a população tenha informação de qualidade e fundamentada em estudos e vistorias técnicas. “Com o rompimento das barragens de Minas Gerais, as comunidades situadas em áreas de mineradoras sentem com maior intensidade a comoção provocada pela tragédia. O choque inicial serve não somente para intensificarmos nossa política de Segurança de Barragens, mas também estabelecermos um diálogo com as comunidades”, destacou.
Segundo o presidente da Amurc, “a reunião foi importante, pois encerra um ciclo de audiências com prefeitos e a sociedade civil, e abre um novo ciclo de acompanhamento permanente da barragem”. Pensando nisso, foi sugerido a ampliação do Conselho Permanente já existente, composto por vários segmentos da sociedade, que segundo o prefeito de Barra do Rocha, será uma iniciativa fundamental “para que possamos estar fazendo uma avaliação permanente, de modo que toda a região possa ter uma segurança maior com relação aos equipamentos que existem na Bahia”, esclareceu o gestor.
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