Há pessoas que tem facilidade em lembrar de fatos de longa data e esquecem de acontecimentos recentes. Se o amigo leitor se inclui neste grupo, podemos ajudar a recuperar suas lembranças de meses atrás, que talvez tenham sido apagadas. Pode parecer impressionante hoje, mas há apenas alguns meses o prefeito Deraldino Alves de Araújo tinha seu apoio altamente disputado entre lideranças políticas da cidade. Em um momento era dado como certo de que apoiaria Cleraldo e, por causa disso, seu nome era propalado na emissora do empresário como o de “um dos maiores prefeitos do Brasil”. Aconteceu porém que a relação entre as duas lideranças passou por abalos e o que era elogio passou a virar crítica no rádio.
Nesse meio tempo falou-se em vários nomes. Do laboratorista Eduardo do Lacip ao médico Leôncio Campos ( que a certa altura, foi o primeiro a rejeitar tal apoio )… depois foram anunciadas duas candidaturas que não decolaram: as de Agnaldo Teixeira e, em seguida, Miguel Tanure, o Banda Roxa.
A saída de Tanure do processo foi bombástica. Em carta aberta ele não só liberou o seu eleitorado como afirmou que não apoiará ninguém e denunciou o “alto grau de rejeição” do prefeito Deraldino junto à população como uma das causas da sua desistência, mesmo fator comentado pelo empresário Alípio Oliveira Júnior, principal apoiador da campanha de Banda, em comunicado dirigido aos amigos.
Tudo isso aconteceu muito rápido. Pelo que se nota, de repente Deraldino passou de “um dos maiores prefeitos do Brasil” a uma liderança cujo tipo de apoio precisa ser evitado pelos candidatos. Em carta de resposta ao seu eleitorado, o alcaide se disse surpreso e respondeu a Banda Roxa questionando ” Será que o candidato, que é vice-prefeito e já ocupou uma secretaria, esquece que ele também é governo?” Sim prefeito, mas Michel Temer também estava no governo Dilma…
A partir daí percebemos que Banda se tornou (ou pelo menos demonstra intenção) uma liderança de oposição. Inevitável perguntar: Cleraldo também se tornará oposição à Deraldino ou vai receber o apoio com “alto grau de rejeição”? Continuando essa tendência, não vai ser novidade se, de repente, começarmos a notar recentes apoiadores do prefeito mudarem de lado.
Então, quem vai buscar os votos espalhados do prefeito em fim de mandato? Todos os postulantes ao cargo de chefe do Executivo agora buscam essa chuva de oportunidades geradas após a implosão do grande grupo político.
Uma coisa é certa: no momento em que a maioria vai querer ser “anti beré”, quem mais vai se dar bem é quem foi oposição desde o início.
Ipiaú on Line / Celso Rommel
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