A mãe de uma criança de 5 anos denuncia que a filha sofreu racismo em uma escola no bairro do Imbuí, em Salvador. Segundo Lorena Matos, a menina chegou em casa, há cerca de três semanas, dizendo que uma outro colega estava a tratando mal.
Ela começou dizendo que uma amiga chamou ela de nojenta e que tinha a pele estragada, que começou a excluí-la das brincadeiras porque ela era preta”, conta. A mãe ainda diz que foi até o colégio, conversou com a professora, mas a filha continuou ouvindo as ofensas.
Na última sexta-feira (13), a coordenação decidiu separar as duas meninas, que estudam em turmas diferentes, mas se encontram no intervalo. Lorena ainda recebeu a orientação de contratar um psicólogo para a filha lidar com a situação. Ela, no entanto, reclama que a escola Logo Kids – especializada no ensino infantil do G1 ao G5 – não propôs uma reunião conjunta com os pais da outra criança.
“A impressão que tive é que a escola estava beneficiando um lado só e sem querer se posicionar. A escola não chamou a minha filha para conversar. Isso me feriu. As crianças são reflexo do que escutam e veem em casa. A minha surpresa é a escola não ter se posicionado, mas tratado como algo banal”, afirma.
Em nota, a Logo Kids informou que a denúncia já está sendo apurada pela equipe pedagógica e diretiva e ressaltou que possui um programa de educação para a diversidade, que aborda temas como racismo, preconceito e respeito às diferenças.
“Nossos valores estão fundamentados no respeito à diversidade, na promoção da igualdade e na construção de um ambiente escolar inclusivo e acolhedor”, garantiu.
Lorena diz ainda que outra criança, também negra, sofreu comentários preconceituosos da mesma aluna. Ela não sabe dizer quem foi porque a informação foi confidenciada por um funcionário do local.
“Não culpo a coleguinha, ela não tem noção”, diz. A mãe disse que a coordenação chamou a mãe da menina para conversar sobre a situação, mas elas não dialogaram juntas.
Este é o primeiro ano da criança em Salvador
A pequena Sophia, de 5 anos, nasceu na Inglaterra e se mudou junto com a família para Salvador neste ano. Lorena conta que a pequena nunca passou pela situação em outros lugares. Agora, o plano é começar o acompanhamento psicológico para a estudante, trocar de escola e fazer uma denúncia formal.
“Depois disso, ela sempre se questiona o porquê de ser dessa cor, o porquê da amiguinha não brincar com ela. Ela fala muito sobre cor, com todo mundo, e eu vejo que está tomando proporção maior”, lamenta.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, Lorena ensina a filha a se defender. “Se ela falar que você tem pele estragada, o que você vai dizer?”, pergunta. “Que isso é racismo”, responde a criança.
Correio24Horas
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