Baiana é indiciada por desviar R$ 1 milhão de transportadora em Goiás

Denunciada chegou a comprar um caminhão com dinheiro desviado Crédito: Acervo Pessoal

Uma baiana de Igrapiúna, identificada como Adriele Arcanjo Canela, foi indiciada por desviar mais de R$ 1 milhão de uma transportadora para qual trabalhava em Aparecida de Goiânia, no estado de Goiás. Ela e uma outra funcionária, identificada como Giselly Maria Pereira Barbosa, criaram contas digitais em nome da empresa e do dono para desviar valores de fretes feitos pela transportadora.

Os primeiros desvios registrados em investigação policial são de 2021, mas aconteceram até o ano passado e motivaram o indiciamento pela Justiça do estado do Centro-Oeste. “Elas foram indiciadas por furto qualificado pelo abuso de confiança. Já foi solicitado e deferido, pelo Poder Judiciário, a quebra do sigilo bancário fiscal das duas para saber pra onde foi parar o dinheiro furtado”, revela uma fonte policial, que terá nome e cargos preservados.

Segundo a investigação da polícia, Adriele e Giselly usaram os valores desviados para comprar um caminhão, TV, computadores, celulares de última geração e outros produtos de eletrodomésticos. A reportagem também ouviu a vítima do crime, que prefere não ser identificada, e é, junto com o esposo proprietária da transportadora. De acordo com ela, as denunciadas abriram contas no nome dos dois.

“Elas abriram várias contas bancárias, três no meu CNPJ e dois no CPF do meu esposo. Nessas do CPF do meu esposo, ela fez movimentação apenas em cartão de crédito justamente por ele ter um score mais alto. Ela comprava nesse cartão e pagava [com o dinheiro desviado]”, conta a proprietária da transportadora. De acordo com ela, Adriele começou na empresa como faxineira há 4 anos, mas depois passou a fazer parte do financeiro. Giselly entrou em 2021.

Ao falar do crime, a empresária descreve a baiana Adriele como ‘mentora’ dos desvios. Giselly, entretanto, ficava com metade do dinheiro furtado por ajudar no esquema. Apesar da primeira conta ter sido aberta em 2021, os desvios só foram descobertos em 2023. “Durante esses anos, o meu marido recebia ligações recorrentes de dois bancos digitais, fazendo algum tipo de cobrança a ele. Porém, achávamos que era golpe e não dávamos atenção a essas ligações por não termos contas nesses bancos”, fala ela.

Em novembro de 2023, porém, os empresários receberam uma ligação de uma loja de eletro-eletrônicos de Goiás informando que havia sido feito uma compra de uma geladeira de 7 mil reais nome do marido e sócio da vítima. Após isso, os dois foram atrás das contas usadas nas operações e descobriram duas, uma com movimentação de R$ 746 e outra com R$ 242 mil. A empresária diz que as denunciadas confessaram o crime, devolvendo itens que, ao todo, somam R$ 140 mil, valor que está muito longe do que foi furtado.

Por isso, o processo foi aberto contra as duas que, até então, vão responder em liberdade pelo crime.

Correio24horas


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