Bahia: Homem é preso em operação contra grupo suspeito de extorquir dinheiro de autoridades que acessavam pornografia

Foto: Divulgação/PCDF

Um homem foi preso nesta quinta-feira (28), em Feira de Santana, a cerca de 100 quilômetros de Salvador, durante uma operação policial contra um grupo suspeito de extorquir autoridades, servidores públicos e outras pessoas, que pagavam para acessar grupos de compartilhamento de pornografia. Outra pessoa é considerada foragida no estado.

Intitulada de Cyber Shield, a operação foi deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal e conta com apoio das polícias civis de São Paulo e da Bahia, além do Ministério da Justiça.

Ao todo, 10 mandados são cumpridos – cinco de prisões temporárias e cinco de mandados de busca e apreensão – em Pirituba (SP), São Paulo, Feira de Santana e Salvador. Além da prisão na Bahia, outras três pessoas foram detidas durante o cumprimento dos mandados.

O delegado Eduardo Fabro, que atua em Brasília, detalhou como o grupo agia. [Assista ao vídeo abaixo]

Homem é preso na BA em operação contra grupo suspeito de extorquir dinheiro de autoridades

“Os autores atraíam as vítimas por meio do Telegram vendendo pacotes ou supostos pacotes de conteúdo adulto. A vítima, ao comprar o pacote, deixava registrados seus dados bancários”, disse ele.

Ainda conforme o delegado, os suspeitos usavam data brokers – empresas que coletam informações pessoais sobre consumidores e as vendem para profissionais de marketing e outros negócios – e tinham acesso aos dados pessoais das vítimas.

“Os criminosos passavam, assim, a ameaçá-las a divulgar os dados na internet se não houvesse o pagamento de determinada quantia”.
Segundo a corporação, o “pacote” vendido pelos suspeitos contava com material pornográfico, inclusive infantil, e zoofilia. A Polícia Civil aponta que os suspeitos chegaram a receber transferências de até R$ 20 mil.

De acordo com as investigações, os principais alvos do grupo eram funcionários públicos que atuam em cargos importantes no Distrito Federal, além de seus parentes. Governadores e secretários estaduais também foram vítimas dos criminosos. Os nomes não foram divulgados e cinco vítimas foram localizadas, até o momento.

Esquema
Segundo as investigações, o grupo identificava a vítima e buscava dados sobre ela, com base em informações sigilosas de sistemas de polícias estaduais.

Em seguida, durante as conversas com esses alvos, os suspeitos exigiam várias transferências de PIX para que as vítimas fossem “deixadas em paz”.

A Polícia Civil aponta que os investigados podem responder pelos crimes de organização criminosa, extorsão e invasão de dispositivo informático.

As pessoas que procuraram a polícia para denunciar a extorsão também vão ser investigadas. Caso tenham baixado ou compartilhado material pornográfico, elas podem responder por crimes previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

g1


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