Natal se aproximando e, depois da confraternização, o mais esperado por milhares de famílias brasileiras é, de fato, o que vai estar sobre a mesa: a ceia natalina. No entanto, neste ano a população vai ter que pesquisar bastante os produtos na hora de preparar a comida caso queira ter uma mesa farta ou, ao menos, com os pratos principais e preferidos.
Isso porque o preço médio da cesta com produtos típicos registrou alta de 8,9% em comparação com o ano passado, acima da inflação acumulada de 12 meses (4,82%), segundo pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Na média nacional, a cesta vai custar R$ 294,75, sendo composta por 10 itens: aves natalinas, azeite, caixa de bombom, espumante, lombo, panetone, pernil, peru, sidra e tender.
Apesar dos preços dos itens da ceia estarem mais caros, a expectativa é que o consumo aumente nos supermercados este fim de ano. Conforme o levantamento da Associação, 62 % dos supermercadistas projetam consumo superior na comparação com o Natal do ano passado. Além disso, o levantamento apontou que o consumo nos lares cresceu 2,89% em outubro, o que também leva os donos de estabelecimentos a apostarem nas vendas.
Segundo a pesquisa, o principal consumo para a comemoração do nascimento de Cristo deve vir das cestas de bebidas e de proteínas. Na categoria de bebidas, o consumo deve aumentar 12,3% em itens como cervejas, cervejas premium, destilados, espumantes, refrigerantes, sucos, vinhos importados e vinhos nacionais. Já na cesta de proteínas, o crescimento estimado é de 10,1% com produtos da época dentre eles aves natalinas, bacalhau, carnes bovinas, frango, lombo, ovos, peixe, pernil, peru e tender.
Na capital baiana, quem pretende entrar no espírito natalino já começou a bater perna nas ruas e supermercados atrás dos melhores preços para montar a ceia. A mesma ceia, com os itens acima chegam a uma média de R$ 250. Os preços dos produtos variam bastante: um panetone, por exemplo, pode ser encontrado desde R$ 17,99 à R$ 30, dependendo da marca.
Há quem esteja pensando, por exemplo, em trocar o peru pelo peixe ou compra-lo fatiado ou desossado. Nos principais mercados a ave inteira tem preços que variam de R$ 75 a R$ 150, podendo chegar a preços mais altos a depender dos sabores. Uns já vem temperados com ervas finas ou com manteiga, como é o caso dos produtos vendidos pela Sadia. Já o peito de peru fica mais em conta: R$ 37 a R$55.
O menor preço da cesta na comparação entre as regiões foi registrado no Centro-Oeste – R$ 313,30, seguido de Sudeste – R$ 316,84, Nordeste – R$ 321,65, Sul – R$ 333,44 e Norte – R$ 320,43.
A aposentada Leonora Brito de Souza, 72 anos, é uma das tantas brasileiras que tem se deparado com os preços mais altos nos mercados e por isso tem feito procura mais intensa. Ontem, ela transitava entre o supermercado Assaí, nos Barris, e disse ter ficado espantada com os preços dos alimentos do Natal. “Realmente estão mais caros que ano passado, mas ainda assim tá mais barato do que em 2021, que foi o pior Natal dos últimos anos pelo que eu me lembro. Este ano vamos ter menos comida porque três netos meus estão morando no exterior, então o gasto vai se manter o mesmo”, declarou.
Para a auxiliar administrativo Rosana Veiga de Amaral, 43 anos, a ceia deste ano não será ‘empobrecida’. Ela explica que nos anos anteriores fez de tudo para economizar porque estava desempregada. Mas neste 2023, após conseguir um trabalho, pretende se esforçar ao máximo. “Este ano vai ser sem miséria. Consegui um emprego, recebi décimo terceiro, então mesmo com os preços mais caros, eu quero que o natal de minha família seja com fartura”, brincou.
Gerente de um mercado em Nazaré, Filomeno de Abreu está esperançoso e garante que os produtos já estiveram bem mais caros. “Esse ano acho que tá tranquilo. Aqui mesmo temos azeite Gallo de R$25, quando já esteve R$ 30 esse ano. Se encher o carrinho, a promoção chega”, brinca.
Consumo – A pesquisa da Abras apontou ainda que o consumo dos lares brasileiros tem crescido de forma positiva e contínua. O vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Márcio Milan, afirma que houve um crescimento “bastante representativo”, de 2,89%, em outubro de 2023 em relação a setembro. “O consumo vem escalando de forma contínua e positiva e, no acumulado de janeiro a outubro, está acima de nossa projeção. A tendência é de crescimento um pouco mais acima, em novembro e dezembro”, afirmou nesta quinta-feira Milan, em coletiva de imprensa.
Hieros Vasconcelos Rêgo / Tribuna da Bahia
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