Um dos cientistas mais influentes do mundo quer carregar celulares através de vestimentas na Bahia

Jackson Roberto Guedes e Helinando Pequeno de Oliveira são os baianos entre os cientistas mais influentes do mundo. Crédito: Divulgação

Já imaginou sair para uma caminhada matinal e, a partir dela, armazenar energia suficiente para carregar seu celular? Parece um cenário distante, mas tecnologias como essas estão sendo desenvolvidas no interior da Bahia. Mais precisamente no campus de Juazeiro da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). Os estudos sobre a transferência de energia através de vestimentas são encabeçados pelo professor Helinando Pequeno de Oliveira, considerado um dos cientistas mais influentes do mundo pelo ranking da Universidade de Stanford (EUA).

“Quando movimentamos nosso corpo convertemos a energia produzida em calor. O que eu proponho é que a gente armazene essa energia do movimento em um capacitor para carregar um dispositivo eletrônico”, explica o professor da Pós-Graduação em Ciências dos Materiais (PPGCM). Com a energia guardada em peças de roupas, camisetas podem ser utilizadas para carregar celulares e relógios, por exemplo.

Até agora, 17 patentes já foram cadastradas no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). “Estamos bem próximos de conseguir os primeiros protótipos de sistema de energia vinculados a peças de vestimenta”, afirma Helinando de Oliveira. O docente é natural de Recife (PE) e leciona na Univasf há 19 anos. Formado em Engenharia Elétrica, é um dos dois professores da universidade na lista dos cientistas mais influentes do mundo.

O ranking foi divulgado pelo periódico Plos Biology do grupo Elsevier Data Repository, na última quarta-feira (4). O principal critério adotado na elaboração do ranking de Stanford é o número de citações dos trabalhos dos cientistas no Scopus, que reúne resumos e citações de publicações científicas revisadas por pares, com informações de mais de nove milhões de cientistas.

Medicina popular comprovada
Além de Helinando de Oliveira, o professor do Colegiado de Farmácia da Univasf Jackson Roberto Guedes também foi citado na lista de Stanford. O docente, natural de Juazeiro, estuda plantas usadas popularmente para fins medicinais e comprovar suas capacidades de cura. Entre os objetos de pesquisa está o maracujá-do-mato (Passiflora cincinnata), que é comumente utilizado na região do Vale do São Francisco.

“Selecionamos plantas usadas na medicina popular para dores, inflamações e depressão, por exemplo, e identificamos os constituintes químicos para comprovar as propriedades terapêuticas que a população relata”, explica o professor.

Jackson Roberto e Helinando de Oliveira lecionam desde de 2004 na universidade. Eles participaram da construção da Univasf e do reconhecimento que a instituição adquiriu ao longo do tempo. “É uma alegria muito grande comemorar esse reconhecimento porque nós vimos a universidade crescer. Quando chegamos aqui não tinha praticamente nada. Nós construímos os primeiros laboratórios de pesquisa”, diz Jackson Roberto.

Correio24Horas


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