A Polícia Civil deflagrou na manhã desta sexta-feira (21) uma mega operação denominada Pooling Accounts, com o objetivo de análise financeira e fiscal de 20 pessoas físicas e 14 pessoas jurídicas, as quais praticaram e vem praticando o crime de lavagem de dinheiro, provenientes do tráfico de drogas.
A investigação teve inicio no final do ano de 2021, através de uma diligência realizada pela equipe do Setor de Investigação da Coordenadoria de Jequié, que tinha a intenção, à época, de monitorar uma entrega de grande quantidade de droga no Bairro Joaquim Romão, Rua da Linha, na Cidade de Jequié.
No local, a polícia identificou uma pessoa que passou a ser monitorada, por vários dias, e ficou constatado que se tratava ser o responsável pelos depósitos provenientes da venda de drogas em vários bairros de Jequié, sob o comando de uma facção criminosa, que possui ramificação a nível nacional com outra oriunda do Estado do Rio de Janeiro.
No decorrer da operação, ficou constatada a existência de três níveis de escalonamento, em relação a classificação dos investigados, que atuam, diretamente ou indiretamente, a favor da organização criminosa abaixo descrito:
1º No primeiro escalão está os denominados líderes do tráfico, que atuam fora do Estado, administrando a facção criminosa, recebendo o lucro proveniente do tráfico, com apoio, principalmente, de pessoas presas nos Presídios e dos chamados “soldados do tráfico”, os quais são utilizados para cometer homicídios e manter território sob o comando da ORCRIM.
2º No segundo escalão estão as pessoas que fazem a gestão financeira da ORCRIM se desenvolver, colaborando para mascarar o dinheiro, e tirando proveito do crime. Aqui estão advogados e empresários.
3º No terceiro escalão estão as pessoas que cedem as contas bancárias para que seja realizada a lavagem de dinheiro. Predominantemente pessoas humildes, que sequer declaram I.R. (Imposto de Renda) e que por vezes são beneficiários de algum programa social.
Nessa primeira fase da operação o objetivo era realizar o sequestro de R$ 116.000.000,00 (cento e dezesseis milhões de reais) em diversas contas bancárias.
Infelizmente, conforme boletim divulgado pela polícia, a operação vazou, após 16 meses de trabalho realizado pela Coordenadoria Regional de Jequié, onde sete pedidos de medidas cautelares foram solicitados, entre afastamento de sigilo fiscal, bancários, interceptação telefônica e pedido de reconsideração de decisão judicial.
“Foram solicitados mandados de prisão, os quais foram indeferidos pelo Poder Judiciário, mesmo com o parecer favorável do membro do Ministério Público, o que dificulta por demais o trabalho de investigação, principalmente nesse tipo de crime”, comentou o delegado regional Rodrigo Fernando.
Até o momento, a operação resultou em:
41 mandados de busca e apreensão cumpridos nas cidades de Jequié/BA, Vitória da Conquista/BA, Feira de Santana/BA, Itaberaba/BA, Itabuna/BA, Itagi/BA, Boa Nova/BA, Salvador/BA, Jaguaquara/BA, Santo Antônio de Jesus/BA, Cuiabá/MT, Nova Mutum/MT, Nobres/MT, Várzea Grande/MT. citadas.
541 contas bancárias bloqueadas, de diversas titularidades e instituições bancárias;
R$ 221.754,05 (duzentos e vinte e um mil, setecentos e cinquenta e quatro reais e cinco centavos) sequestrados das 541 contas bancárias bloqueadas.
01 imóvel no valor de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais) sequestrado em Cuiabá/MT;
03 veículos sequestrados, sendo um VW Nirvus e duas motocicletas;
Foram apreendidas 16 munições calibre .38
Ascom Polícia Civil
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