Tecnologia desenvolvida na Bahia mapeia focos do mosquito da dengue

O Aedes aegypti, mais conhecido como mosquito da dengue, é transmissor de arboviroses como Dengue, Zika e Chikungunya. Essas doenças causam diversos sintomas, deixam sequelas e podem até levar à morte. Na Bahia, segundo dados do Ministério da Saúde, em 2023, entre os meses de janeiro e abril, houve um aumento de 150% nos casos de Zika e de 7% nos de dengue, se comparado ao ano de 2022. Para ajudar no combate desse inseto, os pesquisadores Davi S. Luca e Joelma F. Luca, moradores de Vitória da Conquista, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb), que é vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), desenvolveram uma base de dados que faz o mapeamento dos mosquitos a cada quilômetro do planeta.

A tecnologia produzida pela startup Ondaedes utiliza o conceito de Big Data, que é um conjunto de técnicas para analisar e sistematizar grandes quantidades de dados. “Este é um trabalho de Big Data. Usamos a tecnologia de Sistemas de Informações Geográficas (SIG), que funciona como um sistema que cria, gerencia, analisa e mapeia todos os tipos de dados. Cruzamos uma série de variáveis sensíveis ao Aedes. Nossos dados são construídos com tecnologia produzida por universidades ao redor do mundo ou pelas gigantes da tecnologia. Há muita aprendizagem de máquina, redes neurais entre outras envolvidas em sua produção. Além de imagens de satélite”, diz.

De acordo com Davi, a tecnologia mapeia o comportamento do mosquito com base nas variáveis sensíveis a ele. “A partir dos dados coletados, podemos dizer onde e quando o Aedes aegypti estará e o que ele fará por quilômetro. Para cada dia do ano, estas áreas são mostradas, assim as prefeituras podem agir em locais específicos. Mostramos áreas que, embora não tenham problemas com o Aedes agora, têm as mesmas características das áreas problemáticas. Tudo isto apresentado através de um painel visual. Deste modo, antes que surtos aconteçam, é possível agir antecipadamente”, explica.

O pesquisador destaca que com a ferramenta as campanhas de combate ao mosquito podem ser mais assertivas. “Com nossa tecnologia, além de poder mapear onde o Aedes está atuando, podemos também dizer uma estimativa da população residente com base na idade e sexo. Sendo assim, ao ser identificada a larva de Chikungunya, por exemplo, podemos mostrar onde há maior concentração de mulheres em idade reprodutiva e assim fazer uma ação mais efetiva”. O projeto, que foi um dos aprovados pelo Edital Centelha, da Fapesb, está 90% pronto e vai investir em sistemas para tratar e finalizar os dados a nível global.

BN


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