IPCA acumulado em 12 meses até maio ficou em 3,94%, registrando a menor inflação desde outubro de 2022, quando o índice havia sido de 3,92%. Na época, a inflação vinha em queda diante da desaceleração na economia promovida pela pandemia da Covid-19.
No mês de maio, a inflação subiu 0,23%, abaixo das expectativas do mercado, que projetava alta de 0,33%.
O número representou também a terceira desaceleração mensal seguida no índice, que vem ficando menor desde fevereiro. Em abril, o IPCA havia subido 0,61%, após alta de 0,71% em março e 0,84% em fevereiro.
Os principais responsáveis pela desaceleração vista em maio foram os alimentos. O grupo “Alimentação e bebidas” passou de alta de 0,71% em abril para 0,16% em maio. Assim, o impacto no índice caiu de 0,15 p.p. para 0,04 p.p.
“Trata-se do grupo com maior peso no índice, o que acaba influenciando bastante no resultado geral”, disse em nota André Almeida, analista da pesquisa do IPCA no IBGE.
Combustíveis também tiveram queda de 1,8% em meio ao corte de preços feito em 16 de maio pela Petrobras. O grupo “Transportes”, que inclui os combustíveis, teve impacto negativo de 0,12 p.p. no IPCA, ajudando na desaceleração geral do índice. Só o diesel caiu quase 6% no mês de maio.
Meta de inflação
Os resultados da inflação nos próximos meses influenciarão a decisão do Banco Central sobre iniciar o ciclo de cortes da taxa básica de juros, hoje em seu maior patamar desde 2016, com Selic a 13,75%.
A meta de inflação para este ano é 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Assim, a meta será cumprida se ficar entre 1,75% e 4,75%, segundo o definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Apesar da desaceleração recente, a expectativa é que a inflação volte a ter alguma aceleração no segundo semestre, ficando acima da meta. A mediana das projeções do mercado financeiro é de inflação em 5,69% em 2023, segundo o último boletim Focus.
Maiores altas
Ao todo, sete dos nove grupos de preços pesquisados pelo IBGE registraram variação positiva entre abril e maio, embora a maior parte tenha tido alta menor do que no mês anterior.
A maior variação veio do grupo “Saúde e cuidados pessoais”, que subiu 0,93%. Segundo o IBGE, o grupo segue tendo impacto do reajuste de medicamentos autorizado pelo regulador há dois meses, além de altas nos planos de saúde (que subiram 1,2% em maio).
Veja a variação de todos os grupos pesquisados em maio
Índice Geral 0,23%
Saúde e cuidados pessoais 0,93%
Habitação 0,67%
Despesas pessoais 0,64%
Vestuário 0,47%
Comunicação 0,21%
Alimentação e bebidas 0,16%
Educação 0,05%
Artigos de residência -0,23%
Transportes -0,57%
Metropoles
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