O presidente Lula embarca, no início da noite deste domingo (22/1), para a primeira viagem internacional de seu terceiro governo. O petista fará uma visita de quatro dias à Argentina e ao Uruguai, em uma tentativa de retomar as relações do Brasil com países do Mercosul e demonstrar a importância que o bloco terá em sua gestão.
A primeira parada de Lula será em Buenos Aires, onde ele deve desembarcar ainda na noite do domingo. Os compromissos oficiais, no entanto, começam apenas na segunda-feira (23/1), quando o petista fará uma visita oficial ao presidente da Argentina, Alberto Fernández.
A agenda de Lula prevê uma reunião entre ele e Fernández, quando devem discutir cooperação nas áreas de saúde, soberania energética, integração financeira, ciência e tecnologia. A expectativa é de que os dois países assinem um acordo de cooperação técnica envolvendo a região da Antártida.
Na terça-feira (24/1), a agenda de Lula estará focada na reunião da VII Cúpula de Presidentes da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). A presença do petista marcará a volta do Brasil ao bloco, do qual o governo brasileiro estava afastado desde 2020, período que coincide com o governo Bolsonaro.
Ao final do encontro, os países participantes divulgarão a “Declaração de Buenos Aires”, com os pontos acordados durante a cúpula. O documento deve trazer uma manifestação conjunta em apoio à reclamação da Argentina sobre a soberania das Ilhas Malvinas.
À margem da Celac, Lula deve ter reuniões bilaterais com líderes de outros países. Como noticiou a coluna, estão previstos encontros com os presidentes de Cuba, Miguel Díaz-Canel, e da Venezuela, Nicolás Maduro, além do diretor-geral da FAO, QU Dongyu.
“Vai ser uma visita com dimensão claramente política”, afirma o secretário de Américas do Itamaraty, embaixador Michel Arslanian Neto, ponderando que a viagem de Lula não deve ter acordos práticos, pois será realizada após apenas três semanas do início do novo governo.
O secretário ressalta que a escolha pela Argentina e pelo Uruguai como primeiro destino internacional de Lula é “significativa” da importância que o presidente brasileiro pretende dar ao Mercosul, bloco escanteado pela gestão Bolsonaro. “Marca um contraste com o período que precede”, diz Arslanian.
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