Rosamund Lewis, a líder técnica da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a varíola dos macacos, também chamada de monkeypox, disse que a situação do Brasil em relação à doença é preocupante. A declaração aconteceu durante uma coletiva de imprensa nesta terça-feira (26), segundo informações da Folha de São Paulo.
O alerta tem relação com o aumento de casos confirmados nos últimos dias no país. Até agora, são 813, um salto de 33% em relação aos 607 da semana anterior.
São Paulo é o Estado que concentra o maior número de pacientes, 590 casos foram confirmados pela Secretaria de Estado de Saúde, um aumento de 26% em uma semana. No Rio Grande do Sul, são quatro confirmados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES).
Ainda conforme Rosamund, o acesso a testes para confirmar o diagnóstico da doença é uma estratégia importante para frear o contágio. Desde o último sábado (23), a OMS considera a doença como caso de emergência sanitária mundial.
O Ministério da Saúde afirmou, no último sábado (23), que está preparado para combater a doença e que já articula, junto com a OMS, a compra de vacinas para então dar início a um plano de imunização.
O primeiro caso europeu foi confirmado em 7 de maio em um indivíduo que retornou à Inglaterra da Nigéria, onde a varíola dos macacos é endêmica. Desde então, países da Europa, assim como Estados Unidos, Canadá e Austrália, confirmaram casos.
Transmissão
Identificada pela primeira vez em macacos, a doença viral geralmente se espalha por contato próximo e ocorre principalmente na África Ocidental e Central. Raramente se espalha para outros lugares, por isso, essa nova onda de casos fora do continente causa preocupação.
Existem duas cepas principais: a cepa do Congo, que é mais grave, com até 10% de mortalidade, e a cepa da África Ocidental, que tem uma taxa de mortalidade de cerca de 1%.
O vírus pode ser transmitido por meio do contato com lesões na pele e gotículas de uma pessoa contaminada, bem como por objetos compartilhados, como roupas de cama e toalhas. O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias.
Sintomas
Muitos casos são assintomáticos. Os sintomas se assemelham, em menor grau, aos observados no passado em indivíduos com varíola:
Febre
Dor de cabeça
Dores musculares e nas costas durante os primeiros cinco dias
Erupções cutâneas (na face, palmas das mãos, solas dos pés)
Lesões, pústulas e, ao final, crostas
Prevenção
De acordo com o Instituto Butantan, entre as medidas de proteção, autoridades orientam que viajantes e residentes de países endêmicos evitem o contato com animais doentes (vivos ou mortos) que possam abrigar o vírus da varíola dos macacos (roedores, marsupiais e primatas) e devem se abster de comer ou manusear caça selvagem.
Higienizar as mãos com água e sabão ou álcool gel são importantes ferramentas para evitar a exposição ao vírus, além do contato com pessoas infectadas. Também é preciso ter um comportamento sexual seguro, já que uma das principais formas de transmissão é por meio de fluidos corporais.
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