Adolescente que matou mãe e irmão ficou surpreso ao descobrir que o pai sobreviveu aos tiros

Foto: Redes sociais

Em depoimento à Polícia, o adolescente de 13 anos, que confessou ter matado a própria mãe, Iranilda de Sousa Medeiros Araújo, de 47 anos, e o irmão mais novo, Gabriel de Sousa Medeiros Araújo, de 7 anos, dentro de casa (reveja aqui), no município de Patos, sertão da Paraíba, demonstrou surpresa ao saber que o pai, um policial militar reformado, tinha sobrevivo aos tiros deflagrados por ele na manhã do sábado (19).

O pai do adolescente tomou o celular dele por causa do mal desempenho escolar e, em seguida, foi até uma farmácia comprar remédios para esposa. Nesse meio tempo, o garoto a arma do pai, que estava no escritório, e começou a matar a família, a começar pela mãe. “A mãe aguardava no quarto, deitada, dormindo. Ele chegou, encostou a arma na cabeça dela e efetuou um disparo contra a mãe”, relatou o delegado Renato Leite, responsável pelo caso.

Com o barulho, o irmão mais novo do adolescente foi até o quarto e ao perceber o que houve, começou a brigar com o adolescente e em seguida fugiu pela casa. O jovem perseguiu o irmão mas foi surpreendido pelo pai, que havia retornado para casa. “O pai chegou, tentou intervir para que ele soltasse a arma, e ele terminou efetuando um disparo contra o pai, que caiu na sala. O irmão, ao ver o pai caído, foi tentar socorrer, o abraçou, foi quando ele (o adolescente) atirou no irmão pelas costas”, contou o delegado.

Depois dos disparos, o jovem pediu socorro e tentou forjar um cenário de assalto dentro de casa. “Depois, friamente, ele guardou a arma onde estava, chamou o Samu e tentou fazer (parecer) que tinha sido um assalto, que (ladrões) tinham entrado. Mas depois de todas as diligências que fizemos, a gente conseguiu elucidar esse caso”, explicou o delegado.

Depoimento

“Em nenhum momento ele chorou ou demonstrou emoções. Chegou a mostrar surpresa e uma aparente frustração ao saber que o pai tinha sobrevivido”, relatou o delegado sobre o menino, que afirmou se sentir pressionado pelos pais, em casa, por cobrarem dele que estudasse e fizesse domésticas, como arrumar a cama ou lavar a louça. A autoridade policial contou à TV Sol, que o jovem estava tirando notas baixas e passava a maior parte do tempo em casa jogando online.

Já em entrevista ao UOL, o delegado afirmou que foi “um momento terrível o depoimento”, mas que é necessário acolher o adolescente. “Não tenho qualificação para traçar o perfil dele, mas ele precisa de acolhimento. Os pais tentavam educá-lo, como acontece nas famílias, mas ele viu isso como uma tentativa de impedimento de ficar no celular e nos jogos online, então decidiu acabar com o que achava que era o problema, no caso, a família”.

Para o inquérito ser concluído e encaminhado para o Ministério Público, falta apenas alguns laudos. A arma usada no crime foi apreendida e encaminhada para perícia. O adolescente teve sua internação provisória decretada e foi encaminhado para o Centro Educacional Do Adolescente da Paraíba, onde ficará, a princípio, 45 dias à disposição da Justiça e do Ministério Público. O pai, de 56 anos, está paraplégico, de acordo com o médico-cirurgião.


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