Ao classificar as enchentes que atingiram o Sul do estado como “o maior desastre natural da história da Bahia”, o governador Rui Costa (PT) disse ontem que a tragédia provocou um prejuízo estimado em R$ 1 bilhão.
“Nós começamos agora a fazer uma estimativa do estrago feito. Nossa Secretaria de Infraestrutura está estimando cerca de R$ 300 milhões, o valor referente à recuperação de alguns trechos de estradas, pontes e infra estruturas danificadas de estradas. Volume semelhante deve precisar para recuperar a área urbana. De casa, nós estamos estimando que deve passar de 5 mil casas, que precisam ser reconstruídas. Só de casa seria cerca de R$ 350 a R$ 400 milhões. Nós estamos falando na ordem de R$ 900 milhões, R$ 1 bilhão, que será necessário para reconstruir esses danos”, declarou o governador.
Anteontem, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que o governo federal editaria uma medida provisória (MP) abrindo crédito extraordinário de R$ 200 milhões para mitigar os efeitos dos temporais na Bahia. “Devemos agora, no início do ano que vem, assinar uma medida provisória com crédito suplementar de 200 milhões de reais para atender o pessoal. Vamos fazer tudo o que for possível por nossos irmãos na Bahia”, disse Bolsonaro.
Rui afirmou que a portaria publicada ontem pelo governo federal destinou R$ 200 milhões para todo o país, e não só para a Bahia, como prometeu o presidente. ”Eu dava uma olhada na portaria e são R$ 200 milhões para o país inteiro: R$ 70 milhões para o Sudeste, R$ 70 milhões para o Norte e R$ 80 milhões para o Nordeste. (…) O que eu queria só é fazer um apelo que não é possível recuperar as estradas federais com R$ 80 milhões para o Nordeste. R$ 80 milhões não dá para recuperar as da Bahia, pelo estrago que tem, tem vários rompimentos. Então, eu faço um apelo no sentido de um aporte direcionado ao estado da Bahia”, pontuou.
Ao ser questionado em uma entrevista sobre o presidente não estar na Bahia em meio ao desastre das chuvas, Rui Costa se esquivou. ”Eu confesso que não me dei tempo para ver a agenda e nem rede social do presidente da República e nem de outras pessoas públicas. Eu estou concentrado aqui no trabalho, concentrado em salvar vidas humanas, em cuidar das pessoas”, disse ele.
O governador declarou ainda que a Secretaria da Saúde tem trabalhado para tentar minimizar uma “tempestade perfeita” causada pelas epidemias de Covid-19 e Influenza junto às consequências do desastre. “Em algumas cidades, houve perda de 100% de vacinas, porque os postos de saúde foram cobertos por água. Por exemplo, na cidade de Itororó, alagou os dois primeiros andares da Prefeitura, e os postos de saúde perderam todas as vacinas”, afirmou. “Com as enchentes, há algumas doenças que aparecem, como a doença das fezes dos ratos, que em enchentes dissemina na água e faz com que muitas pessoas adoeçam. É preciso cuidado das pessoas para não ingerirem água, seja os que estão ajudando ou os que estão sendo ajudados”, acrescentou.
Tribuna
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