CTNBio atesta segurança e ‘potencial’ da Sputnik V; Vilas-Boas vê ‘contrassenso’

Sputnik V não foi aprovada pela Anvisa

A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou e classificou como segura a vacina russa contra a Covid-19 Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, entidade pública da Rússia. A conclusão da análise foi divulgada pela CTNBio na segunda-feira (26), o presidente da entidade, Paulo Barroso, expôs as conclusões em uma transmissão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) disponibilizada no YouTube.

De acordo com Barroso, o CTNBio avaliou com cautela e fez um processo longo de análise que concluiu, por unanimidade, que a vacina Sputnik V é segura e possui “grande potencial de imunização”, assim como a vacina de Oxford e a Coronavac, que já vêm sendo utilizadas no Brasil.

Os dados da Sputnik V foram analisados por um colegiado de cientistas do CTNBio formado por 54 membros doutores que avaliam tecnologias geneticamente modificadas sob diferentes aspectos. A equipe também analisou a segurança das vacinas da Astrazeneca/Oxford/Fiocruz e da Sinovac/Butantan.

O CTNBio não avalia a eficácia da vacina, mas a segurança dela. Foi observada a aprovada nesse quesito o vetor usado no imunizante, que no caso da Sputnik V é o adenovírus que correspondem ao princípio ativo da vacina (IFA).

A Sputnik V usa dois adenovírus humanos, a primeira dose com um tipo e a segunda com outro tipo.

“Avaliamos todos os aspectos. A qualidade da expressão; se os vetor, que são os adenovírus, seriam seguros; se havia sido de fato retiradas as sequências que permitem a multiplicação desse adenovírus […]; também avaliamos eventual escape dele para o meio ambiente e consequência disso; e a segurança em relação a outros aspectos da vacina humana”, explicou Paulo Barroso.

As conclusões do CTNBio foram compartilhadas pelo secretário da Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas. O gestor fez comentários em tom de indignação com a Anvisa. Nesta semana a agência analisou a solicitação de uso da Sputnik V e concluiu que a vacina não atende critérios de confiabilidade (leia mais aqui).

Na visão de Vilas-Boas, é um contrassenso a Anvisa dar um parecer e o CTNBio outro.

“A CTNBio só avalia segurança, não avalia a eficácia (que fica a cargo da Anvisa). Sendo a segurança, o principal ponto questionado da Sputnik V, aqui temos uma certificação do Governo Federal, válida em todo o país, garantindo a segurança da vacina”, disse Vilas-Boas no Twitter. “É um contrassenso. A Anvisa diz que a vacina não é segura e a comissão do governo responsável por atestar a segurança de produtos como esse, diz o oposto”, completou o secretário.

BN


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