Em agosto de 2019, um intenso vazamento de óleo atingiu o litoral brasileiro e em outubro, as manchas alcançaram as águas da Bahia. Na época, óleo foi detectado no sistema digestivo ou respiratório de todos os animais que foram submetidos a análise. Hoje, 18 meses após o acidente, o consumo de pescados não apresenta riscos à saúde.
“Fazíamos as análises dos pescados e a partir daí recomendávamos o cuidado na ingestão dos frutos do mar. Atualmente, entretanto, desconheço a existência de pronunciamento oficial que proíba o consumo de frutos do mar por causa da contaminação por estas manchas de óleo”, explica Francisco Kelmo, diretor do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
De acordo com Kelmo, os resíduos do material ainda estão presentes no litoral baiano. Ele explica que o óleo possui uma alta densidade e ao afundar é rapidamente coberto por sedimentos. Ou seja, há uma quantidade razoável de óleo “enterrado” nas praias da Bahia. Segundo o diretor do instituto, “esse material enterrado continua afetando os animais invertebrados que habitam o fundo do mar e continuará aparecendo na superfície de tempos em tempos na superfície, especialmente durante os períodos de tempestades”.
O laboratório de biologia da UFBA aponta que os principais impactos do vazamento de óleo nas águas baianas foram a perda da biodiversidade (redução de 79,95% no número de espécies de animais invertebrados), além do adoecimento e a subsequente mortalidade dos corais construtores de recifes.
Dados coletados pelo laboratório em novembro de 2020 revelaram os seguintes índices:
a média da perda da biodiversidade é de 67%;
a densidade média de animais vivos por metro quadrado é de 81%
a média do adoecimento dos corais é de 69%
“A natureza ainda enfrentará um longo período de recuperação até se tornar algo semelhante ao que era antes da chegada do óleo”, lamenta Francisco Kelmo.
Metro 1
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