Faroeste: Em mensagem, ex-chefe do MP-BA pergunta a joalheiro famoso sobre “aquela transferência”

A fases seis e sete da Operação Faroeste, deflagradas nesta segunda-feira (14) pela Polícia Federal, deram o que falar nos bastidores do Judiciário, na alta cúpula do secretariado do Governo da Bahia, entre empresários e advogados.

Isso porque, foi decretada a prisão temporária de duas desembargadoras do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), outros dois magistrados foram afastados, sem contar no cumprimento de busca e apreensão contra o ex-secretário de Segurança Pública Maurício Barbosa, exonerado nesta terça (15), e a ex-chefe do Ministério Público Ediene Lousado.

Em relação à promotora, que também foi afastada das funções junto ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), há a suspeita de vazamento de informações sigilosas. Em denúncia assinada pela procuradora Lindôra Maria Araújo em 17 de novembro, que deu origem às medidas cumpridas nesta segunda-feira, Ediene Lousado fazia parte, ao lado de Maurício Barbosa, do denominado “Núcleo de Defesa Social”, sendo investigada, inclusive, pelo vazamento de informações sobre a Operação Leopoldo.

Em um trecho da denúncia, o MPF anexou uma troca de mensagens entre Ediene e o famoso joalheiro baiano Carlos Rodeiro, que já foi alvo de busca e apreensão em outra fase da Faroeste, no ano passado. Nas mensagens, enviadas por meio do Whatsapp em 9 de junho de 2019, o empresário pergunta, em tom de intimidade, como foi a viagem da promotora. Ela, por sua vez, “responde que foi ótima e que Raquel [referindo-se à ex-procuradora geral da República, Raquel Dodge] amou o presente”, finalizando a conversa com o envio de uma foto em que as duas aparecem usando colares semelhantes.

Dias depois, em 17 de junho, segundo denúncia do MPF, Ediene enviou uma mensagem a Carlos Rodeiro, perguntando se “aquela transferência vai dar certo hoje”, obtendo como resposta que ele mesmo faria a transação. A ex-chefe do MP-BA ainda disse ao amigo que “está contando com sua ajuda e que iria lhe reembolsar em breve”.

Carlos Rodeiro também foi citado na denúncia no MPF na parte em que trata das suspeitas sobre a ex-chefe de gabinete da SSP-BA e delegada Gabriela Macedo, apontada como a responsável pelo transporte de jóias. O empresário, que também foi alvo da Faroeste, é suspeito de auxiliar a ex-presidente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), Maria do Socorro Barreto Santiago, no crime de lavagem de dinheiro, por meio de notas frias entregues no momento da compra das mercadorias.

BNews


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