Os bastidores da nova Câmara de Ipiaú, Picolé, pesquisas e a memória de Prosperino em Ripa na Chulipa

Ripa na Chulipa – José Américo Castro

Vereadores em campanha para a presidência da Câmara

Quatro vereadores reeleitos já demonstraram interesse em disputar a presidência da Câmara de Ipiaú. Três deles são do Partido Progressista-PP-, a mesma sigla que abriga a prefeita Maria das Graças, reeleita com 11.349 votos. O quarto vem do PSD , agremiação que faz parte da base aliada. Robson Moreira, Orlando Santos, Claudio Nascimento e Andreia Novaes, já estão em campanha, mas a tendência é de afunilamento para evitar brechas que facilitem o oportunismo da oposição, o que seria inconveniente para a boa tramitação de projetos govenamentais. A posse dos vereadores e a eleição da mesa diretora da Câmara Municipal de Ipiaú acontecerão no dia primeiro de janeiro de 2021.

Assédio
Os vereadores eleitos pela primeira vez para a Câmara Municipal de Ipiaú estão sofrendo assédios por parte de agentes da oposição para apoiarem chapa que não conta com a integral confiança da prefeita Maria das Graças. A composição hibrida pode abrir brechas que resultem em consequências altamente perigosas para ao moo bom tramite dos projetos governistas na casa. Cristiano, Beto Costa e Ivanildo asseguram que estão atentos ao movimento.

Picolé com Maria
Eleito com 573 votos pelo DEM, o vereador, Milton Costa Cruz, 49 anos, mais conhecido pelo apelido de “Picolé”, voltará à Câmara Municipal de Ipiaú para cumprir o seu segundo mandato. O primeiro foi no período de 2013 a 2016, pelo PMDB, quando recebeu 698 votos na eleição de 2012. Ao contrário de outros candidatos democratas que abandonaram o barco, Picolé se manteve fiel ao líder até a última batalha, No melhor estilo não fugiu da luta, no entanto entendeu que é hora de tomar novos rumos. Na noite da última segunda-feira, 23, se encontrou com Deraldino e anunciou que irá hipotecar apoio à prefeita Maria das Graças, ampliando assim a base de sustentação desta no Poder Legislativo local.

Não derreteu
Picolé usou de sinceridade e obteve a compreensão do antigo líder. Em outras palavras: “não derretou” a confiança que lhe foi depositada. Chega no time de Maria como um homem de palavra, sem o estigma da traição.

Engodo
Quem acreditou nos resultados das últimas pesquisas de intenção de votos para o cargo de prefeito de Ipiaú experimentou profunda frustração. Alguns fizeram vultuosas apostas e se deram mal, perderam dinheiro e até patrimônio. Entraram em depressão ao constatarem que foram enganados.

Desconfiança
De uma pesquisa para outra, em curto espaço de tempo nos deparamos com resultados extremamente esdrúxulos com crescimentos próximos de 10 pontos percentuais em favor de um dos candidatos. Não nos cabe acusar esse ou aquele instituto de “fabricar” resultados para favorecer candidatos à custa da desinformação, falta de ética na apresentação do seu produto ou ainda um crime eleitoral por exploração da boa-fé do eleitor. Porém, o que se ouve na cidade é a desconfiança nos institutos de pesquisa.

Canto das sereias
Em parte, a culpa pode ser creditada e eles (institutos), por inércia na defesa do seu maior patrimônio: a credibilidade. Divulgar números “enxertados” com a finalidade de enganar os incautos e desavisados eleitores, é como o mitológico canto das sereias que é hipnotizante e com um super poder de persuasão. Seduzem os navegantes para as profundezas do mar ou ao encontro de temíveis obstáculos à navegação.

Bltizkrieg
A campanha contra a candidata da situação foi concebida pela turma da gorda oposição, como uma blitzkrieg, ou seja, a guerra relâmpago dos alemães . Adotaram essa tática hitlerista imaginando que o lado atacado não teria o topete e a ousadia de resistir muito tempo. A visão curta do estrategista não permitiu enxergar o que era uma possibilidade óbvia: a formação de uma cadeia de solidariedade em torno do alvo que pretendia atingir, pelo simples fato de que a maioria da população estava disposta a mostrar o seu contentamento com uma gestão de muitas realizações positivas.

Folclore político: de quem é a culpa?
Prosperino W. de Souza, primeiro prefeito do município de Barra do Rocha, no período de 1963/67, exerceu um mandato de moderada expressão política-administrativa ,mas repleto de tiradas folclóricas. Foram estas que lhe possibilitaram celebridade e alicerçaram seu nome na história regional.

A gestão de Prosperino coincidiu com os primeiros anos do regime militar que se prolongaria por 21 anos de autoritarismo e repressão. Ainda se falava nas manobras resultantes do golpe contra a democracia brasileira quando chegou no Rocha um Inspetor de Educação enviado pelo Governo do Estado com a missão de observar a qualidade do ensino neste município.

Devidamente instruído para o cumprimento do seu dever, o servidor estadual adentrou na sala de aula da mais conceituada escola do lugar e após as devidas apresentações começou a sabatinar um dos alunos da classe.

O assunto escolhido foi Historia Geral, com destaque para o Império Romano. Escolhido um aluno o inspetor perguntou quem havia incendiado Roma. O jovem estudante se encolheu todo, fez cara de espanto e começou a chorar. Entre soluços e lagrimas jurava que não tinha sido ele o responsável por tal ato criminoso

Muito chateado com a resposta, o inspetor estadual se dirigiu à professora do garoto e reclamou da deficiência no aprendizado daquela escola. A docente procurou justificar afirmando que aquele não era um dos melhores alunos da sala ,no entanto ele tinha como principal qualidade a sinceridade.” Esse menino não é de mentira. Se está dizendo que não foi ele é porque não foi mesmo! Assegurou a docente.

Irritado com o sucessão de asneiras , o digníssimo inspetor manifestou desejo de falar com a diretora do estabelecimento , mas como esta não se encontrava no recinto ele achou por bem procurar o prefeito.

No gabinete oficial o representante da Secretaria Estadual de Educação relata os absurdos ouvidos do aluno e da professora e, em seguida, pede providencias a Prosperino. Após alguns segundos de reflexão, o chefe do Poder Executivo Barrochense se pronuncia:
– “ Senhor Inspetor, peço um pouquinho de paciência à vossa excelência porque eu vou mandar chamar meu compadre Manoel Muniz. Tenho certeza que ele já sabe quem foi o culpado e vai contar tudo pra nós “.

 

 

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