Um estudo divulgado nesta terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que a produção industrial na Bahia caiu -7,8% desde o começo da pandemia do novo coronavírus, entre março e setembro deste ano.
A Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF) Regional revelou ainda que no período de janeiro a setembro de 2020, a queda foi de 7% em comparação ao mesmo período do ano passado. O resultado é levemente melhor que o do Brasil como um todo (-7,2%). Nos 12 meses, a indústria baiana caiu -5,8%, um pouco mais que a indústria nacional com (-5,5%).
No entanto, em setembro, a produção industrial da Bahia apresentou crescimento consecutivo (4%) frente ao mês anterior, na comparação com ajuste sazonal.
O avanço da indústria baiana nesse confronto ficou bem acima do registrado na passagem de julho para agosto (1,6%) e também foi superior ao desempenho nacional (2,6%).
Dos 15 locais analisados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) Regional do IBGE, 11 apresentaram crescimento na passagem de agosto para setembro, e a Bahia teve a sétima alta dentre eles. Os melhores desempenhos ocorreram no Paraná (7,7%), Amazonas (5,8%) e São Paulo (5,0%). Mato Grosso (-3,7%), Rio de Janeiro (-3,1%) e Pará (-2,8%) tiveram as maiores quedas.
Apesar da manutenção de resultados positivos frente ao mês imediatamente anterior, em relação a setembro de 2019, a produção industrial baiana seguiu em recuo (-1,9%) pelo sexto mês consecutivo (cai desde abril). Mesmo mostrando importante redução no ritmo de queda nesse período, o resultado do estado foi bem pior que o nacional (3,4%) e um dos três maiores recuos registrados entre os 15 locais investigados.
Pior que a Bahia ficaram apenas Mato Grosso (-6,2%) e Espírito Santo (-11,0%). Por outro lado, Amazonas (14,2%), Ceará (8,5%) e Pará (8,1%) tiveram os melhores resultados em setembro de 2020 comparados ao mesmo mês em 2019.
Nos 12 meses encerrados em setembro, a indústria na Bahia também se mantém no negativo (-5,8%), frente aos 12 meses imediatamente anteriores. O resultado está discretamente pior que o verificado no Brasil como um todo (-5,5%).
Atividades industriais
O recuo na produção industrial da Bahia na comparação com setembro de 2019 (-1,9%) refletiu as quedas tanto na indústria extrativa (-8,1%), terceiro recuo consecutivo, quanto na indústria de transformação (-1,5%), sexta queda seguida.
Entre onze atividades industriais de transformação analisadas pela pesquisa, a Bahia registrou queda em apenas três: veículos (-21,8%) e metalurgia (-17,6%). Os valores puxam os números gerais da produção baiana para baixo.
A indústria automobilística no estado cai seguidamente desde fevereiro e se mantém com o pior desempenho no ano de 2020 (-46,7%), frente ao mesmo período de 2019.
Já a metalurgia vem em quedas seguidas há um ano, desde setembro de 2019, e acumula recuo de -37,7% em 2020.
Além delas, as atividades de preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (-8,9%) e fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (-1,1%) também mostraram quedas de produção.
O segmento de derivados de petróleo é o mais representativo na estrutura industrial baiana de extração, e teve, em setembro, seu primeiro resultado negativo após um ano de crescimentos consecutivos, inclusive durante a pandemia (a produção aumentou mês a mês entre agosto de 2019 e agosto de 2020).
Entre as atividades industriais com aumento de produção no estado, o principal destaque, em termos de magnitude da taxa, foi novamente para a fabricação de bebidas (10,9%).
Mas os segmentos que mais contribuíram para segurar a queda da indústria baiana no mês de setembro foram a fabricação de outros produtos químicos (10,0%) e a produção de alimentos (9,8%).
G1 Bahia
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