Opinião Elson Andrade: A quem interessa a interrupção dos ciclos econômicos?

 

Em tempos de eleição, você se pergunta – porque tanta disputa e ódio? Uma das respostas é que a política é por fim, a plataforma de debate socioeconômico possível de alterar a regra do jogo enquanto o jogo está sendo jogado (em disputa as tais: estabilidade econômica e segurança jurídica). Ou seja, a promessa de mudar tudo, tendo por traz, em verdade, a preservação dos resultados seculares, através de arranjos e destinos costumeiros. Situação percebida, quando você a pouco ouviu a madame soltar a verborragia – este aeroporto está parecendo uma rodoviária!

As classes dominantes (secular destinatárias das riquezas produzidas e da apropriação da poupança nacional) de vez em quando precisa mudar a regra do jogo (ciclos econômicos), para manter relativamente tudo como antes… como assim? Perguntarão os desavisados, embriagados e apaixonados pelas bandeiras ideológicas partidárias ludibriantes. Veja abaixo a lógica da tese da sabotagem do Pleno Emprego, como uma barreira a ascensão social das classe inferiores.

A tese da Sabotagem do Pleno Emprego consiste no seguinte:

Num jogo, se você apostar em uma determinada face de um dado, tendo o dado 6 faces, logo, se você só tiver uma chance de jogar; a probabilidade de você acertar é de 1/6 (17%). No entanto se este mesmo dado for lançado um milhão de vezes, a probabilidade pela distribuição normal de acertar cada uma das faces do dado,serão praticamente iguais, ou muito semelhantes entre si, aproximadamente 1/6 para cada face.

Considerando que a população mais pobre tem uma forte propensão ao consumo, e gasta tudo ou mais do que ganha… estes, têm portanto, um Fator de Multiplicação Econômica muito maior do que a dos ricos que poupam grande parte do que ganham. Logo, se os pobres estiverem apostados, mesmo que em apenas uma das faces do dado, o jogo dos pobres gira mais rápido, e portanto, mais e mais vezes serão contemplados.

Mesmo que os pobres ganhem menos, seria uma questão de tempo se igualarem ao somatório dos benefícios das classes dominantes.

Por exemplo: Um pedreiro que ganha R$ 954,00/mês, gasta R$ 1.200,00 e vai empurrando com a barriga, enquanto um juiz ou um procurador da república, que ganham R$ 33.000,00/mês, mais os penduricalhos, chega a 60 mil/mês, gastam R$ 10.000,00/mês pois têm até casa própria, e poupa portanto 5/6 do que ganham. Sendo que o salário dos juízes e procuradores vem do pagamento dos impostos indiretos sobre o consumo do pedreiro, inclusive.

Daí, a estratégia auto defensiva das classes dominantes, em momentaneamente parar o jogo, até que as regras lhes sejam favoráveis, e então, continuar jogando. Afinal, alguém terá que pagar impostos, plantar batatas, cozinhar, servir o jantar e por fim lavar os pratos, e pôr o lixo para fora. As possibilidades do favorecimento direcionado são: sabotar o dado, manipular a contabilidade dos resultados da jogatina, ou ainda, aumentar a cota-parte da banca sobre os resultados.

Banca esta, a qual a classe dominante é a proprietária. Com base nas declarações de imposto de renda 2017, a Receita Federal do Brasil publicou, que há 2 trilhões de Reais (500 bilhões de dólares) aplicados no exterior, pertencentes a alguns poucos brasileiros. Estima-se que boa parte disto pertença a políticos… em especial, os do sudeste atuantes em Brasília. Logo se concluí, que para estes malandros cínicos, o Brasil não passa de um jogo. E a população mais carente, apenas serviçais analfabetos político-econômicos.

Para os mais astutos, sugiro assistirem ao vídeo abaixo, publicado em 19 de janeiro de 2012:
Elson Andrade – arquiteto, urbanista, empresário e pós graduando Instituto de Economia da Unicamp.

 


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